Passeio de Bolsonaro nos EUA já custou meio milhão de reais ao Planalto
Valor refere-se a gastos com diárias de servidores no exterior, voos comerciais e seguro-viagem; deslocamentos avisados sem antecedência elevaram os custos
A viagem de Jair Bolsonaro aos EUA já custou ao menos 547.865 reais do caixa da Presidência da República. O valor se refere ao que o Planalto gastou até o momento com diárias, passagens e seguro-viagem dos servidores enviados para acompanhar Bolsonaro em seu passeio pela terra do Tio Sam.
Segundo um levantamento do Radar no portal de viagens do governo federal, de 28 de dezembro – quando Bolsonaro decidiu que viajaria à Flórida para evitar passar a faixa para Lula – até a última quinta-feira, 42 servidores fizeram 47 viagens para assessorar o agora ex-presidente no exterior.
Uma parte das viagens se deu em aviões da FAB, mas outra parte significativa foi feita em regime de urgência, quando os custos aumentam em razão do uso de voos comerciais. Um dos motivos da urgência é que Bolsonaro avisa com pouca antecedência sobre seus planos e convites para palestras, forçando o envio imediato de servidores aos locais.
Doze das 47 viagens custaram acima de 20.000 reais aos cofres públicos, sendo 73.291 reais o valor mais alto gasto até o momento, referente ao deslocamento e à permanência por 15 dias em Orlando de um capitão da reserva do Exército na função de assessor especial da Presidência. A justificativa registrada no sistema foi atender Bolsonaro quanto aos serviços de “assessoria, segurança e apoio” na cidade de 1º a 15 de janeiro.
Entre os funcionários que estiveram com Bolsonaro no exterior desde a sua partida em dezembro estão o ajudante de ordens Mauro Cid, famoso, entre outras coisas, por ter se envolvido na tentativa de liberar as joias sauditas de Michelle Bolsonaro na Receita Federal; o tenente-coronel da ativa do Exército Marcelo Ustra da Silva Soares, primo do coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, que viajou na condição de assessor técnico da Presidência para passar a virada de ano com o ex-presidente; e o assessor Tércio Tomaz, apontado como integrante do gabinete do ódio, montado dentro da estrutura do Planalto na gestão bolsonarista.
Como o Radar mostrou nesta quarta, apesar de aliados de Bolsonaro pressionarem para a sua volta no início de abril, é possível que a temporada americana do ex-presidente dure até pelo menos o próximo dia 15, segundo consta em um registro de autorização de envio de servidores aos EUA para auxiliar o ex-presidente publicado nesta terça no Diário Oficial da União.