Coordenador Conselho Nacional da Amazônia Legal, o vice-presidente Hamilton Mourão falou recentemente num evento do Grupo GCB, holding do mercado financeiro e de capitais, sobre os desafios da Amazônia. Disse o seguinte:
“Precisamos melhorar a presença do Estado na Amazônia em todos os níveis. Em termos territoriais se somarmos o Amazonas e a cidade de Altamira no Pará, são mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a seis Alemanhas. Temos praticamente a mesma área continental que os Estados Unidos, mas eles têm 48 estados e nós 26, isso mostra o desequilíbrio dos estados brasileiros. Por isso, temos que melhorar a presença do Estado em um lugar como a Amazônia. Melhorar a fiscalização, a questão do desenvolvimento que é a questão principal da Amazônia, usar os produtos da biodiversidade e fazendo o nosso papel na questão da mitigação da mudança climática”.
A seis meses do fim do mandato de Jair Bolsonaro, a fala do vice expõe uma constrangedora verdade. O atual governo não ampliou a “presença do Estado” na Amazônia e não tem realizações a exibir nessa questão. Ao contrário. Nos últimos três anos e meio, o que se viu foi a fragilização de órgãos de fiscalização ambiental e o ataque a estruturas que amparavam comunidades indígenas, com o avanço da criminalidade em diferentes áreas.