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Os recados de Lula a seus ministros sobre a ‘obsessão do governo’

O presidente comanda nesta segunda a última reunião ministerial antes do evento dos 100 dias da sua gestão

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 abr 2023, 16h28 - Publicado em 3 abr 2023, 10h38

Reunido na manhã desta segunda-feira com 20 de seus 37 ministros para tratar de ações dos “setores produtivo e institucional”, o presidente Lula aproveitou seu discurso na abertura do encontro, no Palácio do Planalto, para mandar recados sobre a “obsessão do governo” de promover o crescimento econômico e a geração de empregos no país e contra os “pessimistas” que fazem avaliações negativas sobre o Brasil.

A reunião é a terceira e última com integrantes da Esplanada dos Ministérios antes do evento dos 100 dias da gestão, que vai acontecer daqui a uma semana. Lula comentou que, na ocasião, haverá a apresentação do que já foi recuperado e voltou a funcionar. Ele comentou que quase todas as políticas sociais que existiam no país “que tinham sido desmontadas pelo governo anterior” agora estão funcionando “a todo vapor”.

O presidente frisou que o governo terá de anunciar os planos para depois dos 100 primeiros dias, como investimentos na área industrial, agrícola, ciência e tecnologia e, sobretudo, em obras de infraestrutura. “Tem recursos para que a gente faça os investimentos necessários. E nós temos muitas obras paralisadas que, agora, muitas já começaram a fazer e muitas vão começar a partir da segunda-feira, quando os ministros anunciarem o plano de trabalho para depois dos 100 dias”, afirmou, acrescentando que está convencido de que o país “vai dar um salto de qualidade”.

“Eu disse pro Haddad na semana passada que eu não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai crescer zero não sei das quantas, 0.1, de que o PIB não sei das quantas. Vamos ver o que vai acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar a acontecer nos rincões desse país. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir, comprar e vender mais. A gente vai perceber que a economia vai dar um salto, eu diria, importante”, comentou.

Na sequência, Lula afirmou que ainda não iria falar o que disse em 2005, “que foi motivo de muita chacota por parte da imprensa”, quando fez menção ao “milagre do crescimento”. “Quando a economia brasileira cresceu 5,8% e a imprensa especializada achava que não ia crescer. Eu acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo”, declarou.

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“Vai acontecer mais coisa no Brasil do que as pessoas estão esperando que vai acontecer. E vai depender muito, mas muito, mas muito da disposição do governo. Vai depender muito da disposição e do discurso do pessoal da área econômica, do setor da área produtiva, porque se a gente ficar apenas lamentando aquilo que a gente acha que não vai acontecer, ninguém, ninguém vai investir em cavalo que não corre. Se você está numa corrida de cavalo dizendo que seu cavalo é pangaré, que seu cavalo não sei das quantas, que seu cavalo tá com gripe, que seu cavalo tá cansado, ninguém vai fazer nenhuma aposta. Então o nosso papel é apostar que esse país vai dar certo e vai produzir mais do que aquilo que tem algumas pessoas esperando”, afirmou Lula.

Ele então citou o semblante de “150% de otimismo” do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que acabou de voltar da China com um grupo de empresários, e a “cara de felicidade” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depois de apresentar a proposta do arcabouço fiscal. “Significa que ele tá acontecendo, que vai passar”, comentou.

“Nós estamos acreditando que vai passar a nossa tão sonhada nova política tributária nesse país, nós estamos achando que vai acontecer tudo aquilo que a gente anunciou de investimento em bolsas de estudo no nosso Ministério da Ciência e Tecnologia, no Ministério da Educação, e nós estamos acreditando que esse país vai voltar a ser um país em crescimento, em geração de emprego, que essa é a nossa obsessão agora”, declarou.

“A obsessão do governo agora tem que ser fazer investimentos, criar condições. Eu estou muito otimista, Rui e Haddad, companheiros, com a proposta de PPP que nós vamos colocar em discussão, estou muito otimista, e nós temos que ter como obsessão fazer esse país voltar a crescer, porque o país crescendo vai gerar empregos, o emprego vai gerar salário, o salário vai gerar aumento de consumo do povo e aí a roda-gigante da economia volta a funcionar e todo mundo vai voltar a ser otimista nesse país”, concluiu Lula.

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