Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam estabilidade tanto no consumo como na geração de energia elétrica em 2020. No caso do consumo, incluídas aí tanto residências como indústrias, houve queda de 1,7% em relação a 2019, passando de 64.594,18 MW para 63.522,91 MW. A geração de energia apresentou redução semelhante, de 1,6%, passando de 64.637,49 MW em 2019 para 63.596,84 MW em 2020.
A avaliação dos dados mês a mês revela um diagnóstico que vai contra o senso comum. Logo no início da pandemia, quando foi o auge do isolamento social, os brasileiros passaram boa parte do tempo na frente da TV, do computador, celular ou outros dispositivos que consomem energia.
“Muita gente reclamou da velocidade da internet, mas ninguém reclamou da falta de energia”, explica Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE. Segundo ele, o fenômeno se explica porque mesmo que o consumo doméstico aumente, na soma, o industrial é muito mais expressivo – e as empresas ficaram fechadas naquela época.
Tão logo as medidas de flexibilização se tornaram mais brandas, o consumo de energia voltou aos patamares costumeiros. Já em julho de 2020, o volume passou a superar o de 2019, e se manteve assim até o final do ano.
Os números da Câmara ainda trazem uma boa notícia: o aumento do uso de fontes limpas de energia. Houve um aumento de 19,3% na geração de energia solar e 1,5% da energia eólica, ao mesmo tempo que em houve uma queda de 7,1% na produção das térmicas.