A perseguição política contra Dilma Rousseff durante a ditadura será julgada amanhã na Comissão de Anistia. A ex-presidente, que foi presa e perdeu seu emprego por causa da sua militância, pede a condição de anistiada, contagem para tempo de serviço e pagamento de atrasados do emprego que perdeu.
A advogada da petista é Paula Febrot, que tem experiência em atuar na comissão, mas que considera uma incógnita o novo colegiado, formado por militares e subordinado à ministra Damares Alves, que já deu declarações de má vontade a ex-perseguidos políticos.
Paula disse ao Radar que o resultado é imprevisível, uma “interrogação”.
“É um direito líquido e certo dela. Garantido pela Constituição e pela lei específica da anistia. Não está sendo julgada ali a ex-presidente, mas a cidadã que lutou pela democracia, que sofreu. Por sua história. Mas o resultado é uma interrogação”, disse Paula Febrot, que tem conversado com a ex-presidente.
Ela disse que nem se cogitou retirar o pedido, em função do risco da derrota. A ex-presidente não vai acompanhar a sessão in loco. Será representada pela advogada.
Um dos principais argumentos da defesa para obtenção de antigos direitos trabalhistas da petista será a inclusão de Dilma na lista de “comunistas infiltrados” no serviço público, em 1977, do ex-general Sylvio Frota ministro do Exército de Ernesto Geisel.
Por conta disso, Dilma perdeu seu emprego na Fundação de Economia e Estatística em Porto Alegre (RS).