O pastor Silas Malafia disse discordar em “gênero, número e grau” do que o bispo Abner Ferreira, uma das maiores lideranças da Assembleia de Deus de Madureira, afirmou ao Radar na semana passada sobre a eleição de Jair Bolsonaro.
Numa declaração que foi um banho de água fria no projeto de reeleição do presidente que tem nos evangélicos uma de suas principais bases eleitorais, Ferreira disse que o poder dos pastores de influenciarem as eleições é limitado. Ele disse que seu ministério, um dos maiores do país, estaria com Bolsonaro em outubro, mas reconheceu a legitimidade dos demais concorrente ao pleito presidencial.
A fala não agradou Malafaia, que é da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e viu no termo “legitimidade” um aceno, ainda que velado, a Lula, um dos alvos preferenciais de seus ataques e críticas. Ele diferenciou o fato de determinados candidatos estarem legalmente aptos a concorrer com a legitimidade junto ao eleitor.
“Candidato que roubou pra mim não é legítimo, não, nem para o povo evangélico. Eu discordo em gênero, número e grau do bispo Abner e acho que 99% das lideranças evangélicas pensam como eu. Lula foi condenado em vário processos, mas foi liberado pelo STF, a instância que faz o jogo político. Nossos princípios cristãos não podem negociar com essa bandidagem. Eu acho que o pastor que não se posiciona, que não ensina o povo da sua igreja, que se omite, esse sim não influencia na eleição, o que não é o nosso caso. O eleitorado evangélico está muito politizado e nós respondemos a isso”, disse Malafaia.