Lula é hoje milionário. Há tempos, está acostumado com luxos bancados pelo próprio dinheiro e pelo dinheiro de empresários amigos que já bancaram de tudo. De passeios de jatinho a descansos em mansões litorâneas, passando por reformas em imóveis usados por ele para descanso. Nenhum problema que goste de luxo.
É erro político grave, no entanto, que o governante de um país sufocado pela falta de recursos para “recolocar pobres no orçamento” considere adequado torrar 65 000 reais dos cofres públicos num sofá – sem falar nos outros móveis igualmente caros –, como mostra a Folha de S.Paulo nesta quarta.
O petismo passou os últimos quatro anos batendo nos gastos de Jair Bolsonaro no Planalto. Tinha especial fetiche por uma picanha de 2.000 reais oferecida ao ex-presidente num de seus passeios.
Alguém poderia ter sugerido a Lula que o gasto, impensável para a maioria dos brasileiros que Lula diz querer ajudar, viraria munição para a oposição.
Em 2017, o agora deputado Eunício Oliveira virou presidente do Senado. Ao chegar à residência oficial da Casa, encontrou móveis velhos e espaços precisando de reformas. Com ajuda de servidores da Casa, buscou no acervo do Senado obras de arte, peças assinadas por Oscar Niemeyer, mesas de madeira de lei e outros artigos que transformaram o espaço sem que um real de dinheiro público fosse gasto.
O acervo da Presidência, da mesma forma, conta com móveis de diferentes artistas brasileiros consagrados. Impossível imaginar que não seria suficiente para decorar o palácio. Que erro.