Itamaraty ainda estuda como reagir a golpe no Judiciário de El Salvador
Diplomatas da equipe de Carlos Alberto França compartilham uma nota da OEA que condena ‘erosão’ democrática no país
Apesar de um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo, ter comemorado a escalada autoritária em El Salvador, onde aliados do presidente no Congresso destituíram a cúpula do Judiciário, no Itamaraty o tema é tratado com cautela.
Reservadamente, enquanto o chanceler Carlos Alberto França não se posiciona, um interlocutor da cúpula da pasta repassou ao Radar o posicionamento da Organização dos Estados Americanos, que condenou duramente o ataque ao Judiciário em El Salvador.
Em nota, a OEA diz que “o mais pleno respeito pelo Estado Democrático de Direito é essencial”. “As maiorias parlamentares e a ação governamental devem fortalecê-la permanentemente com o diálogo político para o melhor funcionamento da democracia. Ações que levam à sua erosão e à cooptação do Judiciário só levam a uma sociedade injusta, baseada na impunidade e na perseguição política”, diz o órgão.
No domingo, Eduardo Bolsonaro foi ao Twitter dar apoio ao presidente Nayib Bukele. O salvadorenho disse nas redes que, ao interferir no Judiciário, estava “limpando nossa casa” e que o aparente golpe não era “da conta” da comunidade internacional.