Trinta anos atrás, em fevereiro de 1989, a indígena Tuíra Caiapó ganhou o mundo com sua imagem encostando um facão no rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz. A questão ali era a usina de Belo Monte.
Dez anos depois, ela repetiu o gesto contra um engenheiro da Eletrobrás. Agora, ontem exatamente, Tuíra foi para cima do deputado José Medeiros (Pode-MT), que é vice-líder do governo Bolsonaro. Foi numa audiência na Câmara.
O motivo: Medeiros desandou a falar mal das ONGs que assistem aos indígenas, disse que tem índio andando de caminhonete de luxo e defendeu exploração de jazidas de minério nas suas terras.
Presente no encontro, Tuíra, na sua língua, foi para cima de Medeiros. Dedos em riste, e com a ajuda de uma tradutora, disse que são eles, os brancos, que gastam o dinheiro que falta para as etnias. Pediu a ele que transmitisse ao presidente da República que a política do atual governo é de dizimar e dividir o povo indígena.
A sorte do deputado: ela estava sem o facão em mãos.