No final de novembro, o deputado Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Câmara, acusou a China de espionagem por meio da tecnologia 5G. A resposta foi imediata: “isso é totalmente inaceitável e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio”, respondeu a embaixada do país que é o maior parceiro comercial do Brasil há anos e onde está sediada a empresa Huawei – interessada em participar do leilão da tecnologia aqui, previsto para 2021.
De olho nos humores que o tema desperta – do alinhamento aos EUA à xenofobia –, Major Olimpio viu o plenário do Senado aprovar na quinta-feira um requerimento de sua autoria para a criação de uma comissão para acompanhar a implementação da tecnologia no país.
“As discussões não vão ser pautadas por xenofobia ou por imbecilidade ideológica”, disparou o senador, ressaltando que a proposta é garantir o que é melhor e mais barato para o usuário brasileiro. “Não vamos tolerar nenhum boneco de ventríloquo de americano, tampouco de lobista de empresa chinesa. Isto é, nem Tio Sam nem Xi Jinping”, completou.
O objetivo do grupo é ampliar o debate e os estudos sobre as melhores práticas para implantação da tecnologia 5G no Brasil. Além dos parlamentares, farão parte representantes da sociedade civil e academia, Agência Nacional de Telecomunicações, Ministério das Comunicações, Ministério das Ciências e Tecnologia e Ministério Público.
Cabe a Davi Alcolumbre escolher os seis parlamentares que comporão o grupo, inclusive o presidente. Até o momento, quem já se mostrou interessado foram os senadores Isalci Lucas (PSDB-DF), Roberto Rocha (PSDB-MA) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), além do próprio autor do requerimento para a criação da comissão.