O Exército abriu recentemente ao TCU a caixa-preta do controle de armas no país. Os dados – de Michel Temer a Jair Bolsonaro – não deixam dúvidas: o sistema é feito para não funcionar. Até hoje, diz o Exército, o governo não tem um único servidor dedicado exclusivamente ao controle de armas. Beira ao improviso.
A fiscalização da venda e uso de armas é feita, informou o Exército à Corte de Contas, no modelo “multitarefa”. Um militar para centenas de atribuições diferentes. “É como se o mesmo militar fosse encarregado de combater o crime na fronteira do Acre e do Paraná ao mesmo tempo”, diz um interlocutor do Exército.
Em nota, a força armada diz que o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados (SisFPC) emprega aproximadamente 2.200 servidores, em 220 Organizações Militares (OMs), sob coordenação das 12 Regiões Militares (RMs).
“Há mais de 120 processos finalísticos e 80 processos gerenciais (no SisFPC). Cada um desses processos possui um ritual distinto, que requer análise detalhada da solicitação por parte dos homens e mulheres que integram o Sistema. Não é viável, portanto, que existam militares alocados para cada um dos processos existentes”, afirma o Exército.