Enquanto entregadores se reúnem em Brasília, Haddad fala com Uber em Davos
Aplicativos de transporte de passageiros e produtos entram em pauta nos primeiros 20 dias de governo Lula; reunião com motoboys ocorre nesta quinta
Um grupo de entregadores de aplicativo foi a Brasília para reivindicar melhores condições de trabalho. A comitiva fez parte da reunião das centrais sindicais desta quarta e as reivindicações dos motoboys foram tema dos discursos no Planalto.
“É fundamental que a gente possa abraçar e incluir dentro da nossa estrutura aqueles que são excluídos, que são as pessoas que trabalham no aplocativo”, disse o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou a criação de um grupo de trabalho para regulamentação do serviço oferecido por aplicativos e pediu às plataformas que “não se assustem”.
“Nós acompanhamos a angústia de trabalhadoras e trabalhadores de aplicativos que muitas vezes têm que trabalhar 14, 16 horas por dia para poder levar o pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, isso beira ao trabalho escravo”, reforçou Marinho.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cumpre agenda no Fórum de Davos, na Suíça, se reuniu com a CEO do Uber, Dara Khosrowshahi. Depois da conversa, ele disse a jornalista que o assunto foi a seguridade social dos trabalhadores de plataformas digitais.
O encontro, porém, durou apenas 15 minutos, o que não é tempo suficiente para resolver os problemas da classe. Os entregadores chegaram a marcar greve para o próximo dia 25, em ao menos 12 estados. Entre as reivindicações estão a garantia de apólices de seguro para as motos e aumento do valor da taxa mínima por entrega.
Os sindicatos e Luiz Marinho vão se reunir nesta quinta com a categoria. Resta saber se, após o diálogo com o governo, as manifestações serão mantidas.