O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou na manhã desta quinta que apresentou uma representação ao Ministério Público contra o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) por declarações da semana passada que o gaúcho considerou “preconceituosas e discriminatórias” contra ele.
https://twitter.com/EduardoLeite_/status/1682014794528817153
Prestes a ser nomeado na Secom do governo Lula, Wyllys criticou, na sexta-feira passada, o anúncio do governador de que irá manter as escolas cívico-militares do estado, e chamou Leite de gay “com homofobia internalizada”.
“Que governadores héteros de direita e extrema direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee!”, escreveu o petista, ao compartilhar imagem de publicação do gaúcho.
“Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância”, rebateu Leite, no mesmo dia.
Nesta quinta, ele disse que já havia entrado com uma representação no Ministério Público contra o ex-deputado Roberto Jefferson, quando ele “disparou ataque homofóbicos”, e feito uma interpelação judicial contra Jair Bolsonaro, quando o então presidente foi ao Rio Grande do Sul e fez uma piada com insinuações de mau gosto.
“E, por isso, agora quando Jean Wyllys dispara também ataques a uma decisão que eu tomei como governador, que ele pode não concordar, pode ter outra visão, mas tenta associar essa decisão à minha orientação sexual, e até a preferências sexuais, eu devo também entrar com uma representação contra ele”, afirmou Leite, exibindo a representação protocolada no Ministério Público do Rio Grande do Sul.
O governador relatou que pediu a apuração da conduta e a manifestação e “tenha todos os desdobramentos, que podem ser uma ação do Ministério Público em relação ao Jean Wyllys por um ato de preconceito, de discriminação, de homofobia”.
“Porque não interessa se é da direita ou da esquerda. Não interessa a cor da bandeira que carrega. O que importa é que homofobia, preconceito, discriminação não podem ser tolerados”, declarou.