O belo domingo de sol em Brasília levou bolsonaristas a provocarem aglomerações golpistas mais uma vez em Brasília. Reunidos na praça dos Três Poderes, os aloprados aguardaram a manhã toda pela presença de Bolsonaro, descrito ontem pelo presidente da Câmara como alguém que “desorganiza e gera insegurança”. Novamente, ele foi o protagonista de uma sucessão de radicalismos estranhos à democracia.
Com quase 30.000 brasileiros mortos na pandemia, o presidente investiu seu tempo com a tradicional bolha de apoiadores e suas faixas pedindo intervenção militar, fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal – mesmo diante dos apelos de governistas para encerrar esse tipo de cobrança e de um inquérito no STF que apura as afrontas.
Não faltou apoio aos ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Abraham Weintraub, da Educação. O primeiro é alvo de um pedido do ministro Celso de Mello para que suas trapalhadas sejam motivo para um enquadramento na Lei de Segurança Nacional, enquanto que o segundo foi alvo da Polícia Federal na sexta-feira, dentro de um inquérito criminal que apura fake news e ameaças ao STF.
Bolsonaro resolveu incrementar sua aparição neste último dia do mês de maio e carrega-la de simbolismo. Ao invés de se deslocar até o local das manifestações de carro ou do helicóptero que serve a presidência, o chefe do executivo optou por um helicóptero do Exército – e ainda fez questão de fazer diversos sobrevoos, para delírio de seus seguidores.
Selfies, camisetas da Seleção Brasileira, fogos de artifício, cornetas e, claro, nada de máscaras. Mais uma vez, Jair Bolsonaro não usou aquilo que o decreto 40.648 do Distrito Federal determina, o uso obrigatório de máscaras como ação preventiva ao coronavírus. Será que o presidente, como qualquer outro cidadão, será enquadrado? As penalidades incluem detenção e multa de 2.000 reais.