Quem entende do assunto, diz que a proposta de delação de Antonio Palocci que vazou na semana passada em alguns veículos de imprensa – o conteúdo foi, em sua maioria, antecipado por VEJA em diferentes reportagens de capa em 2017 (leia aqui e aqui) e pelo Radar, no mês passado (leia aqui) – não é a mesma homologada pela Justiça, após o acordo com a Polícia Federal.
O que vazou é a primeira versão da tentativa de acordo de Palocci com a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. É o material que os procuradores chamaram de “fofocas de Brasília” tiradas do “Google”.
Na delação homologada tanto no STF quanto no TRF-4 e na Justiça Federal de Brasília, alguns anexos foram ampliados, ganharam novos elementos e outros personagens foram incluídos. “Essa delação que apareceu é o Palocci 1.0”, diz um investigador. “A atual é 4.0”, complementa o mesmo investigador.
O material ganhou as ruas porque faz parte da plataforma de arquivos obtidos pelos hackers que roubaram as mensagens de Deltan Dallagnol. Hoje, esses arquivos estão espalhados. Possuem domínio sobre o conteúdo o site The Intercept Brasil, a Polícia Federal e os gabinetes dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luiz Fux.