O presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado, Jorge Kajuru (PSB-GO), afirmou ao Radar que a comissão vai pedir a quebra dos sigilos bancário e telefônico do ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha.
Na sessão secreta desta segunda, Glauber recusou-se inicialmente a falar, invocando o direito de não se autoincriminar — ele é suspeito em investigação que corre no Rio de Janeiro e já prestou depoimento à Polícia Civil. Kajuru disse que ameaçou dar voz de prisão ao ex-árbitro, e, só depois disso, seus advogados sinalizaram que poderiam colaborar com a CPI.
A partir desse momento, segundo o presidente da comissão de inquérito, Glauber confirmou ser o autor de um áudio em que fala sobre pagamento de propina por inventar um pênalti e disse que enviou a mensagem a um grupo com outros árbitros.
Ainda pelo relato de Glauber, a gravação teria sido vazada para o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), Rubinho Lopes, que, por sua vez, teria encaminhado a mensagem para John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo.
Foi o bilionário norte-americano que entregou o áudio à CPI.
“Vamos chamar o presidente da Ferj para ele explicar por que entregou a gravação e por que entregou pela metade (sem revelar outras conversas no grupo de árbitros)”, afirmou Kajuru.