A CPI da Manipulação de Jogos decidiu nesta quarta-feira que os próximos depoimentos serão de representantes da CBF, do ex-árbitro autor de um áudio em que supostamente reclamaria de não ter recebido propina, do ex-assessor do governo Lula responsável pela regulamentação das apostas esportivas e dos presidentes do Palmeiras e do São Paulo.
Na próxima segunda-feira, 29, a comissão espera ouvir o diretor de competições Julio Avelar, o diretor de governança e conformidade Hélio Santos Menezes Júnior e o oficial de integridade Eduardo Gussem, todos da CBF.
Depois, a CPI convocará a depor em 13 de maio o ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha, que apitou jogos da terceira divisão do Campeonato Carioca. Segundo os senadores, ele é autor de um áudio em que reclama de falta de pagamento de suposta propina depois de marcar, premeditadamente, um pênalti para um dos times de uma partida.
Não se sabe a data da gravação, a quem foi dirigida nem de quem o ex-árbitro se queixava. Quem entregou o áudio à CPI foi o sócio majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, em sessão secreta do colegiado na última segunda-feira.
“O árbitro vira e fala (que) depois tiveram vários agarra-agarras com pênaltis, mas que ele não marcou porque ele cumpriu a parte dele e não recebeu a propina que lhe foi prometida”, descreveu o presidente da comissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
Está previsto para 14 de maio o depoimento de José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda. Até ser exonerado, ele era responsável pela regulamentação das apostas esportivas e pela estruturação da secretaria que cuidaria do assunto no ministério.
Dois dias depois, em 16 de maio, serão ouvidos, segundo o cronograma aprovado nesta quarta-feira na CPI, os presidentes do Palmeiras, Leila Pereira, e do São Paulo, Julio Cesar Casares.