O Alto-Comando do Exército é hoje um território sob ataque de Jair Bolsonaro por não aderir ao seu discurso político.
Como não consegue cooptar os generais de quatro estrelas, o presidente passou a dar poder a militares de baixa patente e generais da reserva no Planalto. O ato, diz um militar, fere algo sagrado aos generais: a hierarquia.
“É um problema coronéis e generais da reserva manterem ascendência sobre os da ativa. Ele enfraquece a hierarquia e a disciplina usando canais que não são os de comando e os generais da reserva que estão no governo. Deve-se haver respeito pelos que foram para a reserva, mas não subserviência”, diz um militar.
O silêncio do Alto-Comando irrita Bolsonaro porque é o sinal maior de que não há apoio, na cúpula militar, ao golpismo palaciano. “O Exército não se envolve em aventuras políticas”, explica um interlocutor dos generais.