A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta terça quatro requerimentos para convidar novamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a explicar a política monetária e a definição da taxa básica de juros, a Selic, que foi mantida em 13,75% pela sétima vez consecutiva na semana passada.
Os pedidos foram apresentados pelo senadores Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo Lula no Congresso, Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, Ciro Nogueira (PP-PI), líder da minoria na Casa, e Plínio Valério (PSDB-AM). Marinho e Nogueira foram colegas de Campos Neto no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O chefe do BC esteve na CAE no dia 25 de abril, quando defendeu a autonomia da entidade monetária e a taxa de juros praticada no país.
Em seu requerimento, Randolfe afirmou que “o Brasil está estupefato” com a decisão do Copom, já que o país passa “por um claro processo de redução da inflação”.
“O IPCA dos últimos meses tem sido reiteradamente abaixo das expectativas, e desacelerou para apenas 0,23% em maio. A projeção do IPCA para 2023 do Relatório Focus — que o Banco Central afirma tanto levar em conta em suas decisões — caiu de mais de 6% para pouco mais de 5% nas últimas semanas. Já a prévia do IGP-M trouxe a maior deflação da história: 6,7% negativo no acumulado em 12 meses. E, talvez ainda mais importante, as expectativas de inflação para 2024 estão dentro do intervalo de flutuação da meta”, disse o senador no seu requerimento.