Otimistas com o depoimento do chefe da Anvisa, Antonio Barra Torres, que forneceu elementos concretos contra o governo de Jair Bolsonaro — ao confirmar acusações de Luiz Henrique Mandetta sobre cloroquina –, os integrantes da CPI da Pandemia vão pressionar o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten nesta quarta.
O depoimento do ex-secretário é considerado estratégico para colocar Bolsonaro no olho do furacão da CPI. Em entrevista a VEJA no mês passado, Wajngarten forneceu um detalhado roteiro de conversas, datas, telefonemas e movimentos dele no Planalto para que Bolsonaro destravasse a compra de vacinas.
As histórias narradas por ele na entrevista ao redator-chefe Policarpo Junior serão uma espécie de roteiro para as perguntas dos senadores. O segundo passo na investigação, caso Wajngarten colabore de fato com a comissão, será, segundo senadores ouvidos pelo Radar, pedir a quebra de sigilos do ex-secretário para confirmar com provas as datas e fatos relatados por ele.
“Bolsonaro fechou as portas do governo para as vacinas lá no início da pandemia. O ex-secretário foi quem tentou empurrar e abrir a porta. Tem muito a dizer”, diz um senador.