Citado em delação de Cid, senador bolsonarista se defende
"Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar, ou confiscar uma urna eletrônica', diz Heinze
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), citado na delação premiada de Mauro Cid, defendeu-se nesta quinta-feira das acusações do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro em depoimentos à Polícia Federal.
Segundo o delator, o senador gaúcho teria aconselhado Bolsonaro a usar as Forças Armadas para confiscar uma urna eletrônica, sem o aval do TSE, para realização de testes que comprovassem a teoria bolsonarista contra o sistema eleitoral.
“Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar, ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação”, diz Heinze em nota oficial.
O parlamentar afirma que, atendendo aos “apelos” de seus eleitores, encaminhou ofícios ao Ministério Público Federal, ao Ministério da Defesa, à Controladoria-Geral da União, aos comandantes das Forças Armadas e ao Ministério Público Militar.
“Adicionalmente, estive pessoalmente na Polícia Federal e na Advocacia-Geral da União e apresentei denúncia sobre o caso que ficou conhecido como ‘radiolão’. Reitero que não houve qualquer falta de transparência em minhas ações, nem no exercício do meu mandato. Jamais venderia minha dignidade”, acrescenta.
Leia, abaixo, a íntegra da nota de Heinze:
“Diante das informações publicadas pela imprensa, venho a público esclarecer os fatos.
Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar, ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação.
As ações que empreendi após as eleições de 2022 são de domínio público e estão devidamente documentadas, não se baseiam em conjecturas ou delações. Diante das dúvidas em relação ao escrutínio e atendendo aos apelos por esclarecimentos dos meus eleitores, recorri aos mecanismos legais disponíveis, buscando a intervenção do Estado para a realização de uma investigação imparcial. Essa atitude está alinhada às responsabilidades inerentes à minha função pública e constitui um exercício legítimo do meu dever de fiscalização.
Nesse contexto, encaminhei ofícios ao Ministério Público Federal, ao Ministério da Defesa, à Controladoria-Geral da União, aos comandantes das Forças Armadas e ao Ministério Público Militar, totalizando 10 documentos. Todos acessíveis para consulta pública e foram divulgados na época — novembro e dezembro de 2022. Não é nada novo. Adicionalmente, estive pessoalmente na Polícia Federal e na Advocacia-Geral da União e apresentei denúncia sobre o caso que ficou conhecido como “radiolão”. Reitero que não houve qualquer falta de transparência em minhas ações, nem no exercício do meu mandato. Jamais venderia minha dignidade.
Desde quando buscar a verdade por meio de uma investigação constitui um crime? Ou estaria eu me tornando mais um alvo de perseguição política? As últimas duas semanas foram marcadas por uma série de reportagens com informações contraditórias. Esta situação não pode continuar. É imperativo que haja respeito, se não por mim enquanto indivíduo, pela função pública que me foi confiada por meus eleitores.
Luis Carlos Heinze
Senador PP/RS”