Depois de tentar explorar as declarações do presidente Jair Bolsonaro de que “pintou um clima” com meninas venezuelanas, a campanha de Lula lançou nesta quinta uma propaganda eleitoral (veja o vídeo abaixo) que expõe uma homenagem do presidente a Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai por 35 anos que violentava regularmente meninas de 10 a 15 anos.
A mensagem que acompanhou o vídeo em grupos de WhatsApp controlados pela campanha do petista diz que “Bolsonaro idolatra pedófilo!”. “Não sou eu quem estou dizendo, veja você mesmo! Alfredo Stroessner abusou de mais de 1.600 crianças. Bolsonaro é mesmo a pessoa que representa a família? Você que tá em dúvida, veja esse vídeo e tire suas conclusões!!! Espalhe por aí”, complementa o texto.
A peça, de 30 segundos, questiona se o espectador sabe quem foi Stroessner e utiliza matérias jornalísticas para apontar que o ex-presidente do Paraguai (1954-1989) “mantinha meninas como escravas” e ficou conhecido por ser “um dos maiores pedófilos do mundo”.
O vídeo diz que o ditador abusou de mais de 1.600 crianças e matava e enterrava as ossadas em casa, enquanto exibe fotos dos restos mortais.
“Mesmo assim, Bolsonaro continua mostrando sua admiração ditador pedófilo”, diz o narrador. Na sequência, a fala do presidente durante o evento de posse do general Joaquim Silva e Luna como diretor-geral do lado brasileiro da usina de Itaipu, no Paraná, em fevereiro de 2019. “Então aqui, também, a minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner”, disse Bolsonaro.
“Homenagem a pedófilo assassino? É esse homem que diz defender a família?”, conclui a propaganda.
Na ocasião, Bolsonaro declarou que a usina binacional, inaugurada em 1984, só foi construída porque “do outro lado” (da fronteira, ou seja, no Paraguai) o presidente era um “homem de visão”, um “estadista” que entendia a importância da energia para o progresso.
Stroessner assumiu a presidência do Paraguai através de um golpe militar que depôs Federico Chávez. Ele se manteve no comando do país por 35 anos. Durante o seu governo, o país registrou uma série de casos de tortura, perseguições, desaparecimentos e exilamentos. O general morreu em Brasília em 2006 — 17 anos depois ter se exilado no Brasil.
Assista a nova propaganda de Lula: