Bolsonaro levou Pazuello a ‘motociata’ para irritar CPI, diz aliado
Provocação pode custar a carreira militar do ex-ministro da Saúde, ainda general da ativa do Exército

Um dos organizadores da “motociata” realizada no Rio de Janeiro neste domingo, revelou ao Radar, em reservado, que o presidente Jair Bolsonaro resolveu levar a tiracolo o general Eduardo Pazuello — sem máscara — para irritar os membros da CPI da Pandemia no Senado, que investiga os desmandos do seu governo no enfrentamento à Covid-19.
Ou seja: Bolsonaro achou por bem usou o seu ex-ministro da Saúde na guerra política contra os parlamentares, mesmo que isso pudesse significasse o fim da carreira militar do subordinado — que ainda serve na ativa do Exército, como adido na Secretaria-Geral da corporação, e deve ser forçado a ir para a reserva.
Segundo o mesmo interlocutor do presidente que estava na manifestação bolsonarista, o presidente ficou feliz com a repercussão da sua provocação no meio político. Tudo indica que o ex-ministro, que já depôs à CPI por dois dias na semana passada, deverá ser reconvocado a responder na comissão nesta quarta.
Sobre Pazuello, o aliado de Bolsonaro conta que o general já sabia que seus dias estavam contados no Exército e não estava mais “nem aí” para as implicações da sua transgressão. Em outra expressão menos polida, o general estava “pouco se f…”.
Na manhã desta terça, um assessor especial de Bolsonaro divulgou nas redes sociais um vídeo de Pazuello sendo cumprimentado por apoiadores no ato de domingo e escreveu: “Acho que a CPI está conseguindo um efeito contrário do que eles imaginavam. O pessoal está idolatrando o General Pazuello”.