Se for alvo de ordem de prisão assinada por Alexandre de Moraes, do STF, Jair Bolsonaro já disse a aliados o que pretende fazer: não vai fugir nem se recolher em algum bunker.
Seguindo o roteiro de perseguido político que escolheu colocar na avenida, o ex-presidente avalia, segundo interlocutores, que o ato de Moraes deflagrará um levante popular no país — estimulado por setores do agro, da igreja evangélica e de outros grupos de admiradores do capitão — e terá ainda desdobramentos internacionais, com representantes da direita denunciando a perseguição do principal opositor de Lula.
A eventual prisão de Bolsonaro — o Exército, como revelou o Radar, já organizou um alojamento para receber generais e o próprio ex-presidente — será comparada pela narrativa bolsonarista a procedimentos de regimes autoritários, como o que ocorre com opositores na Venezuela, na Rússia e em outros países.
Nessa linha, o ato do próximo domingo, na Avenida Paulista, é apenas o passo inicial do movimento.
A interlocutores, Bolsonaro tem dito que Moraes realiza uma cruzada pessoal contra ele — por causa do que passou durante a gestão Bolsonaro, com ameaças em série de aloprados — e que, se depender do ministro, pegará vinte anos de prisão.