Bolsonaro investe tudo no poder da máquina para eleger presidentes
Repetindo os passos que elegeram Lula e Dilma Rousseff em seguidos pleitos, presidente dá sua última cartada antes da campanha
Sempre em lados extremos, petistas e bolsonaristas concordam quando o assunto é o poder da máquina do Planalto para eleger presidentes.
Sempre que precisam animar Bolsonaro, aliados do presidente dizem que sua condição desfavorável nas pesquisas eleitorais não representa um caminho sem volta na disputa com Lula. “Em 2014, nem a Dilma conseguiu perder a eleição”, disse Arthur Lira outro dia.
A máquina palaciana, com bilhões de reais para gastar, costuma ser mesmo poderosa. O petismo sabe disso porque usou e abusou do instrumento durante seguidas eleições em que venceu com Lula e Dilma.
Com a caneta na mão e o aval do Congresso para gastar sem limites, o petismo nunca perdeu uma eleição. Bolsonaro, repetindo a fórmula agora, espera também se beneficiar dessa máxima.
No Planalto, a previsão é de que a coisa comece a melhorar nas pesquisas com o recuo dos preços dos combustíveis e com o impacto do pacote de bondades para as classes mais afetadas pela crise econômica e pela inflação.
O petismo, por outro lado, acredita que as denúncias de corrupção no MEC podem tirar votos de Bolsonaro. Até podem, mas denúncias de corrupção nunca impediram Lula e Dilma de vencer eleições.
Ciente disso, Lula repete diariamente seu discurso sobre fome e miséria. É o que realmente importa, só Bolsonaro, com suas crises fabricadas contra a Justiça Eleitoral, é que não vê.
A três meses da eleição, Bolsonaro, mesmo impopular, vai investir tudo no poder da máquina para fazer vencedores. É sua última e grande cartada antes da campanha.