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Bolsonaro é alvo de críticas em conselho ligado ao Ministério da Saúde

Declarações do presidente sobre portadores de HIV e Aids foram rechaçadas pelo CNS, que aprovou uma moção de repúdio

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h07 - Publicado em 2 mar 2020, 17h22
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  • Jair Bolsonaro tem sido alvo de duros ataques, até acusado de crime de responsabilidade, dentro do Ministério da Saúde, por suas declarações referentes às pessoas que convivem com HIV e Aids no Brasil.

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    Em fevereiro, o presidente fez duas falas que irritaram integrantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS), colegiado formado por representantes de sociedade civil e do governo, e que integra a estrutura do ministério.

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    As frases do presidente alvo de críticas pelo conselho: que uma pessoa com HIV é despesa para todos no Brasil e, ao tentar corrigir essa declaração, se referiu aos portadores como “aidéticos”, expressão que não se usa mais e considerada estigmatizante.

    O conselho, que se reúne numa grande sala no ministério, tirou até uma moção de repúdio pelas declarações do presidente. Numa reunião há duas semanas, e na presença de um dirigente do ministério, representantes de entidades atacaram Bolsonaro. O conselho criou a campanha “#eu não sou despesa” e faixas com esses dizeres estavam expostas na sala.

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    O conselheiro Moysés Toniolo, representante da Articulação Nacional de Luta contra a Aids (Anaids),  disse que as declarações do presidente vão no sentido de culpabilizar os portadores do vírus, como se fossem “merecedores de um castigo divino”. E lembrou que a Constituição assegura o acesso amplo à saúde. Se for negado, o governante incorre no crime de responsabilidade, afirmou Toniolo.

    “Ele usou uma expressão, e que não vou repetir (aidético), que nos remete ao passado. É uma afronta, uma aberração. É pejorativa e discriminatória. Cabe crime de responsabilidade negar o atendimento e também a discriminação. O que ele falou nos coloca culpa, pecado e castigo por termos HIV Aids”, disse Toniolo.

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    Evalcilene Santos, do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas  e que vive com HIV há 21 anos, endossou as críticas.
    “Não somos despesas. Exigimos respeito”.

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    Outro conselheiro foi na mesma linha.
    “Despesa é o povo bancar mordomias para os três poderes e ver seus direitos sendo retirados”, afirmou.

    Convidado para falar sobre a política de Aids do governo, Carlos Duarte, da Articulação Nacional de Luta contra a Aids (Anaids) e portador do HIV há 30 anos, também criticou.

    “Bolsonaro reafirmou que pessoas com Aids são despesas para a sociedade. Não sou despesa. Sou um cidadão que pago o tratamento no SUS e contribuo com impostos para pagar o salário desse presidente. A afirmação que fez é de uma crueldade e sem precedentes na política brasileira. Soa como uma ameaça muito potente para quem vive com Aids no Brasil. Se juntar isso com a política de abstinência sexual concluímos que quem faz sexo desobedece o Estado. É um ato subversivo fazer sexo. E quem contrair HIV não terá assistência do Estado”, disse Duarte.

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    Presente na reunião para falar sobre o programa de Aids, Gerson Pereira, diretor do Departamento de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do ministério, evitou fazer críticas ou defesa das declarações de Bolsonaro. Ele é epidemiologista e servidor de carreira do ministério. Acompanha há décadas as políticas de HIV e Aids e mantém boa relação com o CNS.

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