O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, reconheceu a prevenção do ministro Alexandre de Moraes nos autos do inquérito dos atos antidemocráticos e decidiu que ele vai supervisionar a investigação aberta sobre o atentado cometido nesta quarta com artefatos explosivos na Praça dos Três Poderes.
A distribuição de uma ação por prevenção a um ministro do tribunal, e não por sorteio, ocorre quando ele já investiga casos que possuem ligação direta com o novo processo. De acordo com a Polícia Federal (PF), o ataque do homem-bomba parece ter relação com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em investigação no Supremo.
Em ofício a Moraes, a corporação afirma, segundo as apurações iniciais, que o autor das explosões, Francisco Wanderley Luiz, fez publicações em redes sociais sobre o atentado, nas quais ataca o Poder Judiciário e convoca a população para uma revolução e tomada de poder.
Para Barroso, as informações preliminares “revelam possível prática de delitos contra o Estado Democrático de Direito, com o objetivo de atentar, por meio de violência, contra a independência do Poder Judiciário e o Supremo Tribunal Federal”.
Apesar de o inquérito dos atos antidemocráticos ser sigiloso, o presidente do STF autorizou a divulgação de sua decisão dada a relevância do caso desta quarta-feira.