As estratégias do governo e da oposição para a batalha da CPMI
Investigação sobre os atos golpistas deve capturar a agenda do Parlamento a partir desta terça, reeditando o palanque eletrônico visto na pandemia
Depois de reativar a guerra nas redes entre petistas e bolsonaristas, as discussões em torno da CPMI dos Atos Golpistas devem marcar as conversas de líderes da base nesta terça-feira, no Congresso.
Desde o fim de semana, o governo articula com os partidos aliados a lista de deputados e senadores que irão integrar a comissão. O Planalto quer garantir a relatoria do colegiado — já reivindicada, como mostrou o Radar, pelo senador Renan Calheiros — e também instalar na presidência dos trabalhos um parlamentar que não faça o jogo dos bolsonaristas.
A oposição, por outro lado, fará um almoço nesta terça no gabinete da liderança do Bloco da Vanguarda para alinhar a estratégia na CPMI. Os aliados de Jair Bolsonaro avaliam que há espaço para criar mais desgastes ao governo, dado que a investigação ainda nem começou e já provocou a queda de um ministro de Lula.
A expectativa em torno da leitura do requerimento de abertura da comissão, na quarta, faz com que até a votação de vetos presidenciais, um tema importante ao Planalto, fique em segundo plano. A CPMI deve mobilizar os holofotes em Brasília e se tornar um palanque eletrônico semelhante ao visto na CPI da Pandemia, que capturou a atenção dos brasileiros durante semanas de embates entre governo e oposição.