#ARQUIVO#30/6/2008 – 4/7/2008

A guerra agora não é mais só pelo ibope. Foi para a polícia também. A Globo deu entrada hoje na 32ª Delegacia Policial com uma notícia-crime contra o seu funcionário recém-demitido, acusado de passar informações confidenciais para a emissora do bispo Macedo. O funcionário foi afastado da Globo na semana passada. A acusação é de espionagem industrial.

O lobby contra a indicação de Arthur Badin para dirigir o Cade tem a Vale, Votorantim, Cutrale e AmBev na sua linha de frente.

Como procurador-geral do Cade, Badin derrotou duas vezes os escritórios de advocacia contratados pela Vale para defendê-la no STF. E a Cutrale?  Neste caso, há um processo no Cade contra a indústria do suco de laranja, acusada de formar um cartel para prejudicar os citricultores. Com a Votorantim o problema é semelhante: está entre as cimenteiras acusadas de organizar um cartel no setor. E a AmBev  responde a quatro processos, em que é acusada de tentar fechar o mercado de cerveja no Brasil.

A expectativa é de que o nome de Badin possa ser sabatinado e votado pelo Senado já nesta terça-feira. Enquanto isso, os lobbies estão assanhados.

O senador Magno Malta (PR-ES) tem dito a vários parlamentares que vai “acabar com a vida política” do seu companheiro de partido, deputado Luciano Castro (PR-RR). O polêmico Malta é o presidente da CPI da Pedofilia. E Castro, líder do PR na Câmara e candidato do partido à prefeitura de Boa Vista, é acusado de envolvimento com uma rede de pedofilia em seu estado. Sai de baixo.

O game-show O Jogador, apresentado por Ana Hickman e Britto Jr., fez a Record liderar a audiência ontem à noite. No horário, disputou com dois programas da Globo, Casos e Acasos e o Jornal da Globo. Na média, venceu-os por 15,3 pontos contra 14,6 pontos. A diferença é mínima e trata-se da audiência da Grande São Paulo e não do país todo, mas reforça o que até a própria cúpula da Globo já admite: Casos e Acasos não pegou.

Agora que foi confirmada a autorização para extraditar Savatore Cacciola, vai subir a venda de tranqülizantes nas farmácias brasileiras. Desde que foi preso em setembro do ano passado, o sem-banco Cacciola vem mandando recados. Diz que irá abrir a boca quando chegar a hora certa.

Como contribuição aos aflitos, aí vão nomes de alguns dos calmantes mais procurados da praça: Brozepax, Calmociteno, Diazepam, Dienpax, Frisium, Frontal, Kiatrium, Lexotan, Lexpiride, Limbitrol, Lorax, Lorium, Olcadil, Psicosedin, Somalium, Tensil, Tranxilene, Urbanil e Valium.

O fundo de private equity americano General Atlantic, que no ano passado comprou 10%  BM&F por 1 bilhão de reais, deve anunciar até o final de julho a abertura de seu escritório no Brasil. O Genaral Atlantic, fundado em 1980, administra 15 bilhões de dólares mundo afora.

A noitada de Ronaldo com três travestis num motel da Barra da Tijuca continua rendendo. Agora, na Justiça. No dia 8 de agosto, o craque terá que comparecer à 23ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para uma audiência em que serão ouvidas as testemunhas de acusação no processo por tentativa de extorsão a que responde o travesti Andréia Albertini, pivô do escândalo.

Em seu interrogatório na Justiça, na quinta-feira passada, Andréia pegou pesado com o ex-camisa 9 da seleção. E mostrou que está disposta a ser uma dor de cabeça para Ronaldo. Andréia falou de sexo, drogas e foi sarcástica também: contou que, ao ser abordada na rua pelo Fenômeno, achou que se tratava “do artista que interpreta o personagem Gordonaldo, do programa A Praça É Nossa” – na verdade, o tal personagem aparece no Pânico na TV!

A eleição ainda não começou e, por enquanto, o eleitor médio está se lixando para a disputa: só quem se importa de fato com todo este movimento pré-eleitoral são os próprios políticos e a mídia. A temperatura só subirá de verdade em agosto, quando os programas eleitorais de TV começarem. Feita a ressalva, é preciso reconhecer que, pelo menos neste início de jornada, candidatos do PCdoB estão bem colocados nas disputas de várias capitais, segundo as últimas pesquisas.

O partido tenta reverter uma situação histórica: desde a década de 1980, os comunistas tentaram se fortalecer no parlamento em detrimento do Poder Executivo. Apesar dos bons resultados deste início de julho, não custa repetir o óbvio: largar bem não é garantia de nada numa eleição.

Marco Antonio Audi, em seu depoimento (mais detalhes nas notas abaixo), isentou Dilma Roussef e Lula de qualquer participação irregular na venda da Varig para a Gol. O empresário disse ter estado com ambos, mas afirmou que o advogado-compadre Roberto Teixeira é quem teria usado o nome deles por conta própria. A fala foi o ponto final no depoimento de uma hora – um depoimento absolutamente insosso, sem novidades e sem importância. Em resumo, nada esclareceu, nada avançou.

A comissão aprovou logo em seguida o convite para ouvir a filha de Teixeira, Valeska, do cunhado dele, Cristiano, e do chinês Lap Chan, que representava o fundo Matlin Patterson no negócio.

Começou há pouco mais de meia hora o depoimento de Marco Antonio Audi na Comissão de Infra-estrutura do Senado sobre a venda da Varig. Apenas três senadores – Agripino Maia, Flexa Ribeiro e Eliseu Rezende – se interessaram até o momento em ouvir o que Audi tem a dizer. Além deles, há somente o presidente da comissão, Marconi Perillo e o presidente da CPI que investigou a venda da Varig na Assembleia Legislativa do Rio, deputado Paulo Ramos.

Na hora marcada para o inicio da sessão, às 10h, o plenário da comissão era o retrato do desleixo dos senadores. Nas três primeiras bancadas – que são reservadas aos parlamentares – apenas Agripino Maia aguardava o inicio dos trabalhos. O fundo do plenário, reservado à imprensa e a assessores, estava lotado.

Até agora, o depoimento de Audi, que já dura meia hora, não passou de uma longa justificativa dos motivos que o levaram a decidir entrar na compra da Varig. Resumindo, a tão esperada bomba contra o advogado-compadre Roberto Teixeira ainda não veio.

Nelson Jobim está neste momento tentando explicar a atuação do Exército no Morro da Providência, onde ajudava um projeto eleitoreiro do senador Marcelo Crivella para reforma de casas na favela, mas os deputados fluminenses não mostraram muito interesse. Dos 46 da bancada, só três – Antonio Carlos Biscaia, Chico Alencar e Fernando Gabeira – estão presentes. Há ainda seis parlamentares de outros estados.

O grande evento do dia no Senado é a audiência pública com Marco Antonio Audi, mas a TV Senado neste momento prefere transmitir uma sonolenta reunião da Comissão de Direitos Humanos.

A newsletter eletrônica de Cesar Maia (o 'ex-blog') apresenta hoje uma denúncia de bom calibre contra a dupla Igreja Universal e PRB – dupla que muitas vezes é uma coisa só. O.k., o objetivo número um, dois e três de Maia é atingir o bispo (pela Universal) e senador (pelo PRB) Marcelo Crivella. Não anula, no entanto, a gravidade da revelação. Eis o que escreveu Cesar Maia:

“O site do PRB foi elaborado pela Gráfica Universal Ltda (marca Unideia.com), que pertence a Igreja Universal do Reino de Deus (a Igreja tem 99,9% das ações da empresa). E mais: usam os servidores da ArcaUniversal, que é o portal deles, para enviar newsletters do PRB. A legislação brasileira proíbe as Igrejas se fundirem ou mesclarem com partidos políticos. Há o risco até da cassação do registro do partido. “

Fechados os números internos da Globo no semestre, constata-se que a emissora líder registrou um crescimento de faturamento proporcionalmente menor ao que se acostumou nos últimos anos. A Globo cresceu 12% em faturamento em relação ao primeiro semestre do ano passado. Vai faturar algo em torno dos 2,2 bilhões de reais. Está longe de ser um resultado ruim. Mas é menor do que os 13% de crescimento da TV aberta no período. Com um agravante: a própria TV aberta cresceu menos do que o mercado de mídia como um todo.

Das dez campanhas que Duda Mendonça dará consultoria de marketing nesta eleição, três são para candidatos do PSDB e duas para candidatos do PT.

O advogado-compadre de Lula, Roberto Teixeira, acaba de definir que não ira à audiência pública de amanhã na Comissão de Infra-estrutura do Senado. Em carta ao presidente da comissão, Marconi Perillo, lembra que há duas semanas lá esteve e os senadores não quiseram ouvi-lo.

Como a comissão não tem o direito de convocar, mas apenas de convidar, Teixeira não sofrerá sanções. A situação é a mesma dos empresários Luiz Eduardo Gallo e Marcos Halftel, que também se negaram a comparecer à comissão, alegando que o sócio brasileiro que teve maior participação nas negociações de compra da Varig foi Marco Antonio Audi.

Bernardo Parnes está trocando a presidência do Bradesco Banco de Investimentos (BBI) pela do Deutsche Bank no Brasil. O anúncio oficial será feito nas próximas horas. O banco alemão estava sem presidente desde que Alexandre Aoude deixou o cargo em março para assumir uma diretoria do Itaú-BBA. Parnes, que já comandou a Merril Lynch, acaba de completar dois anos de BBI .

A Anac negou ontem uma nova tentativa da VarigLog de continuar operar fora do limite legal que determina em 20% o capital máximo que estrangeiros podem deter numa empresa aérea com atuação no mercado doméstico. A decisão foi tomada na reunião de diretoria da agência e será publicada amanhã no Diário Oficial da União.

A Comissão de Constituição e Justica da Câmara acaba de aprovar por 33 votos contra 8 o projeto de lei que cria uma brecha de um mês para que os políticos possam trocar de partido um ano antes da eleição. Agora, o projeto vai a plenário. Se aprovado, segue para o Senado, onde precisa ser aprovado até agosto do ano que vem para valer já para as eleições de 2010.

Na prática o projeto cria uma janela de infidelidade. Como a lei estabelece que o candidato precisa estar filiado ao partido pelo qual pretende ser candidato um ano antes do pleito, a medida recém aprovada determina que nos 30 dias que antecedem esse prazo, os políticos têm liberdade de trocar de legenda.

A nova regra vale apenas para cargos de mesma circunscrição. Ou seja, vereadores e prefeitos só podem mudar de partido na “janela” para concorrer a algum desses cargos da esfera municipal; deputados estaduais, federais, senadores e governadores só podem trocar para concorrer também entre esses postos estaduais; presidente só pode mudar para disputar a reeleição.

Isso significa que o governador Aécio Neves terá de abandonar o cargo se quiser disputar a presidência por um partido que não seja o PSDB.

A audiência pública de hoje para discutir o aborto na Comissão de Constituição e Justiça, que tinha tudo para ser uma das mais concorridas dos últimos tempos, esvaziou. Não acontecerá o esperado embate dos ministros José Gomes Temporão e Nilcéia Freire – ambos pró-aborto – contra o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, a ex-senadora Heloísa Helena e o ministro do Supremo Carlos Alberto Direito. Os cinco já avisaram à secretaria da CCJ que não irão. Alguns decidiram mandar representantes, outros, nem isso.

O debate entre juristas que aconteceria amanhã também não contará com o principal nome, o ex-ministro da Justiça Célio Borja. O único debatedor relevante que se dispôs a vir até o momento é o ex-procurador-Geral da República, Cláudio Fonteles – que é anti-aborto e foi derrotado autor da ação contra as pesquisas com células-tronco, rejeitada pelo Supremo.

Além dos encontros dos últimos dias, estão programados ainda duas reunições entre Lula e Cristina Kirchner para este ano. Uma, no dia 4 de agosto, em Buenos Aires. E a segunda, no dia 7 d setembro, em Brasília.

Cristina, aliás, irá participar da parada militar do dia da Independência. No Brasil, supõe-se, não corre o risco de ser vaiada. Mas tudo é possível.

O presidente do PSB do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso, cedeu aos apelos da direção nacional do partido e formalizou a aliança com o PCdoB na capital fluminense. Deu o apoio que era considerado fundamental a Jandira Feghalli, segunda colocada nas pesquisas. O passo fundamental para o entendimento foi a retirada da candidatura da comunista Vanessa Graziottin em Manaus para apoiar o prefeito do PSB, Serafim Corrêa, que é candidato à reeleição. O martelo, no entanto, só foi batido após um telefonema do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que lembrou que o apoio à Jandira fortaleceria a chapa de Ricardo Coutinho, prefeito de João Pessoa e candidato à reeleição com apoio dos comunistas.

O que PSB queria mesmo em troca era a retirada da candidatura da deputada do PCdoB Jô Moraes em Belo Horizonte, mas o partido não foi atendido. A idéia era reforçar ainda mais a chapa de Márcio Lacerda, candidato do governador Aécio Neves e do prefeito Fernando Pimentel, que já tem apoio formal do PT e informal do PSDB e do PPS. Mas os números foram mais fortes. Em pesquisa divulgada hoje no jornal O Tempo, Jô aparece em primeiro lugar na disputa à prefeitura, com 20% das intenções de voto, contra 5% de Lacerda.

Marco Antonio Audi, sócio brasileiro do fundo Matlin Patterson na compra da Varig, irá à audiência pública de quinta-feira na Comissão de Infra-estrutura do Senado. O advogado de Audi, Marcello Panella, comunicou há pouco a decisão ao presidente da comissão, Marconi Perillo. A única exigência de Audi foi ter 1h30 no início da sessão para discorrer, sem ser interrompido, sobre a compra da empresa aérea. Deve bater pesado no advogado-compadre Roberto Teixeira, como tem feito nas últimas semanas pela imprensa. A dúvida é se ele guardou alguma bomba para atirar na cabeça de Teixeira e do Matlin Patterson.

Nos últimos 15 dias, Audi treinou intensivamente com seus advogados as respostas para todos os tipos de perguntas que devem ser feitas pelos senadores. Foi contratada até uma equipe de media training.

Se esse treinamento foi feito nos últimos quinze dias, fica no ar uma dúvida: Audi não foi à sessão do Senado marcada duas semanas atrás por causa do julgamento de uma ação em São Paulo – como alegou na época – ou por falta de treinamento?

Já o advogado-compadre Roberto Teixeira – que há duas semanas compareceu ao Senado, mas acabou sendo dispensado – não decidiu ainda se irá.

O governo enviará amanhã para a Câmara o projeto que cria o polêmico Fundo Soberano do Brasil (FSB). A decisão foi anunciada hoje à tarde aos líderes dos partidos governistas por Guido Mantega durante a reunião do Conselho Político, no Palácio do Planalto. O patrimônio do fundo será de 14 bilhões de reais, o equivalente a 0,5% do PIB.

Na reunião, Mantega disse que o FSB ajudará no controle inflacionário e freará a tendência de valorização do real. Aos líderes que o ouviam explicou que, de um lado, o fundo vai retirar dinheiro de circulação e, de outro, comprará dólares.

A indústria automobilística ainda não sentiu os ventos de preocupação que assolam a economia: em junho, foram vendidos 256 031 veículos, segundo números que serão divulgados no fim do dia. Dá o equivalente a impressionantes um carro vendido a cada dez segundos. O crescimento foi de 28,8% em relação ao mesmo mês do ano passado e o segundo melhor resultado da história da indústria automobilística. Só perde para os 261 246 vendidos em abril.

No primeiro semestre a indústria vendeu 1,4 milhão de veículos, 30% a mais do que nos primeiros seis meses de 2007 – recorde histórico das montadoras.

A Fiat manteve a liderança de mercado em junho, com 23,87% de participação. É seguida de perto pela Volkswagen (com 20,4%) e pela GM (com 20,4%). O melhor resultado entre as grandes montadoras neste primeiro semestre ficou com a GM, que cresceu 32%.

Até quando esta festa dura? Difícil dizer. Há três meses, as montadoras avaliavam que depois do pico de vendas de abril, a tendência era de queda moderada. Sobretudo porque as empresas estavam operando quase no seu teto de produção. O resultado de junho mostra que elas estavam erradas.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Eduardo Cunha, está na mira dos grupos pró-aborto. Relator na proposta que descriminaliza a medida e ligado a grupos evangélicos, Cunha já está com um relatório que declara a medida inconstitucional praticamente pronto. Agora, militantes pró-aborto estão circulando na internet o abaixo-assinado 'Resposta da sociedade brasileira ao parecer do relator Eduardo Cunha’', que será apresentado durante as audiências públicas desta quarta e quinta-feira na comissão.

De acordo com o texto, o relatório preparado por Cunha viola 'a liberdade de pensamento, a autonomia da vontade e o direito à saúde'. O documento explicita seis razões que provariam a constitucionalidade da medida. A CCJ é a última etapa antes da votação do projeto em plenário. Mas se o parecer de Cunha contra o aborto for aprovado, o projeto será imediatamente arquivado.

Os sócios brasileiros do Fundo Matlin Patterson na compra da Varig – Marco Antonio Audi, Marcos Halftel e Luiz Eduardo Gallo – estão definindo neste momento com o advogado Marcelo Panella se irão à audiência marcada para quinta-feira na Comissão de Infra-estrutura do Senado.

De certo, só que Halftel e Gallo não estarão presentes, pois teriam tido menor participação nas negociações. Audi está disposto a ir e promete levar debaixo do braço uma montanha de documentos.

A única dúvida no ar é se vale a pena comparecer caso o advogado-compadre de Lula, Roberto Teixeira, que defende os interesses do fundo americano, não confirmar presença. Isso porque se não forem colocados cara a cara, há a possibilidade de Teixeira rebater as acusações de Audi sem que esse possa se defender na hora.  

Oficialmente o advogado-compadre Roberto Teixeira ainda não decidiu se vai ou não à comissão. A expectativa é que ele anuncie amanhã sua posição. Quando compareceu ao Senado duas semanas atrás, sua única pré-condição é que fosse ouvido depois de Marco Antonio Audi para que pudesse se defender das acusações: 'É um princípio básico do Direito', justificou um assessor. No entanto, os senadores da oposição se negaram a ouvir o que Teixeira tinha a dizer, alegando ser necessário o depoimento de Audi – que, na última hora, cancelara a ida à comissão por causa de um julgamento em São Paulo. Agora, Teixeira sente-se no comando da situação e confortável para não atender ao convite.

Marta Suplicy já deixou claro para José Dirceu que não o quer por perto em sua campanha para a prefeitura de São Paulo. Acha que ex-ministro a atrapalhará. Quanto menos polêmica a sua volta, melhor – é o que avalia quem está em seu entorno.

O próprio Dirceu recebeu o recado, através de emissários. Não gostou muito, mas disse aos mais próximos que irá cumprir o que lhe foi pedido.

Não se sabe se a avaliação é resultado de alguma pesquisa encomendada pelo partido. Foi uma pesquisa que decidiu, por exemplo, que Marta irá colar sua campanha nas costas do popular Lula.

Beleza. Mas e o Paulinho da Força? O seu apoio não causa constrangimento?

A revelação publicada na VEJA de que o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro teria vendido decisões a prefeituras trouxe à tona mais uma vez o envolvimento em corrupção de um integrante da família Nader – nome desconhecido em nível nacional, mas de forte influência no interior fluminense. Como se diz no futebol, a família atua nas onze. O conselheiro José Nader está sendo acusado agora de ter recebido 20 000 reais para aprovar as contas da prefeitura de Carapebus, da qual foi relator. O dinheiro teria sido entregue a ele através do filho, o deputado estadual José Nader. Este também não tem ficha limpa: em 2005, foi preso em Pium, no Tocantins, acusado de crime ambiental e de porte ilegal de arma, com dois revólveres e uma pistola de uso exclusivo da polícia.

A inflação ainda não mexeu com a popularidade de Lula. Esta é a principal conclusão da pesquisa CNI/Ibope, que será divulgada oficialmente às 14 horas. Nada menos do que 58% dos brasileiros avaliam o governo de Lula como “ótimo” ou “bom” – é exatamente o mesmo percentual alcançado por Lula na pesquisa anterior, realizada em março. Este percentual é o recorde de Lula em seus cinco anos de governo.

De qualquer modo, estes 58% mostram que Lula atingiu o seu teto. Neste sentido, pode se dizer que a inflação prejudicou a curva de crescimento do presidente. E, a partir de agora, os percentuais maiores de reajustes de aluguéis, por exemplo, vão brigar com mais força contra essa popularidade recorde.

Comparado aos presidentes pós-redemocratização, Lula perde apenas para José Sarney quando se cotejam as melhores avaliações de cada presidente. Sarney atingiu 72% de “ótimo/bom” em setembro de 1986, no auge do Plano Cruzado. FHC, no primeiro mandato, alcançou 56% em março de 1997, também quando o Real estava nos píncaros do seu sucesso.

A vitória da Espanha sobre a Alemanha na final da Eurocopa deu a liderança de audiência (na Grande São Paulo) para a Record. A emissora cravou 16 pontos, segundo os dados do Ibope. A Globo, que no horário também transmitiu futebol, marcou 13 pontos. E o SBT, 11.

Um governador, a quem José Gomes Temporão foi pedir ajuda em meio ao tiroteio que está sofrendo de setores do PMDB, foi saber de Gilberto Carvalho se o ministro da Saúde corria algum perigo de perder o cargo. A resposta foi não.

O que não significa, porém, que Lula esteja batendo palmas para Temporão. “O Temporão não corre risco, mas o encantamento com ele acabou”, resume o governador.

A propósito do Ministério da Saúde, alguns setores do PMDB articulam o nome de Arlindo Chinaglia para o cargo, numa troca que aconteceria no ano que vem. Peemedebistas querendo emplacar um petista? Como assim? Explica-se: seria uma forma de garantir a eleição de Michel Temer como sucessor do próprio Chinaglia na presidência da Câmara. O médico Chinaglia não está fazendo campanha para tal, mas no PT todos sabem que ele se encanta com a possibilidade.

O problema é convencer Lula. 

O romance, descrito por Coelho como “uma história de amor”, passa-se num período de 24 horas no Festival de Cannes. Terá 420 páginas – o mais longo já escrito pelo autor. Com O Vencedor Está Só, Coelho entra na passarela da moda e na rota dos assassinatos. Entre os personagens, um costureiro, uma modelo e um serial killer, que comete cinco assassinatos. Os retoques finais do livro foram dados por Coelho dois meses atrás durante os dias em que passou em Cannes, durante o festival de cinema.

No megalançamento, uma dúvida: a presença de Coelho. Ele disse a um interlocutor que desta vez há “grande possibilidade” de ele vir ao Brasil, ao contrário do que aconteceu no lançamentos de seus três últimos livros.

A entrevista das Páginas Amarelas de VEJA com o chefe-de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, deve ter deixado Guido Mantega sem dormir até agora. A única referência que Carvalho fez de Mantega foi para dizer que Lula “irritado” reagiu “de forma ríspida” à uma afirmação do ministro da Fazenda sobre inflação. Para um ministro da Fazenda, que deveria ser um homem forte do governo, não é lá das coisas mais abonadoras.

Como se não bastasse, Gilberto Carvalho encheu Henrique Meirelles de elogios. Ninguém imagina que Carvalho fosse falar qualquer coisa que desagradasse a Lula.

Se você ainda não leu a entrevista, feita pelo repórter Otávio Cabral, leia já. É imperdível do começo ao fim.