#ARQUIVO#25/2/2008 – 29/2/2008

O empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, presidente da Hyundai no Brasil e do grupo Caoa, entrou para o time dos com-jatinho. Acaba de comprar um Learjet 45, que tem capacidade para nove passageiros.

Acabou de sair o resultado da parte técnica da licitação da conta de propaganda do governo paulista. As agências vencedoras são a Adag, a Lua Branca e a Contexto. Todas as três têm alguma relação com o ninho tucano. Agora, falta a parte de preços propostos pelas concorrentes, cujo resultado será conhecido no dia 10 de março – embora, o mercado publicitário como um todo não veja possibilidade de mudança no trio vencedor do processo de hoje.

A Adag já atende a conta da Nossa Caixa e a agência de transportes de São Paulo. A Contexto trabalhou para o governo paulista, na gestão Geraldo Alckmim. E a Lua Branca comandou diversas campanhas eleitorais tucanas – como a eleição para prefeito de José Serra em 2004 e a derrota de Alckmin em 2006.

As três agências vencedoras da licitação dividirão uma verba anual de 88 milhões de reais – um valor 46% maior que os 60 milhões de reais do ano passado.

A Anhanguera Educacional, que abriu o seu capital na Bovespa há um ano, acaba de botar o pé em Santa Catarina. Comprou a Educar, que possui cinco faculdades no estado, por 30 milhões de reais. Na semana passada, a Anhanguera comprou a brasiliense Facnet. Os dois negócios somam mais 9 400 alunos para a instituição fundada em 1994. Hoje, a Anhanguera possui cerca de 60 000 alunos e fatura 200 milhões de reais por ano. O foco da Anhanguera é a classe média e classe média baixa.

FHC, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra marcaram uma reunião com Arthur Virgílio. Para puxar as orelhas do senador amazonense. O problema são os ataques recentes que Virgílio desferiu contra algumas alas do partido. Em resumo, dirão a Virgílio que ele precisa mirar sua metralhadora para fora do PSDB

Sérgio Gaudenzi, presidente da Infraero, balançou. Mas não vai cair. Está decidido.

Depois do lucro recorde divulgado ontem à noite (20 bilhões de reais em 2007), a Vale anuncia hoje uma previsão otimista: o aumento de suas exportações de minério de ferro em 321 milhões de toneladas este ano – um aumento de 8,5% em comparação com 2007. No ano passado, foram vendidas ao exterior 296 milhões de toneladas.

Se as da mineradora previsões de confirmarem, será uma boa notícia para a balança comercial. Em números, significa mais 12 bilhões de dólares para o Brasil.

Dois lances da reunião de ontem entre Lula e o PMDB em que se discutiu, natualmente, cargos – do início ao fim:

1)Lula reclamou da “qualidade” das indicações de Jader Barbalho. Citou especificamente Lívio Assis, que Jader quer ver presidindo a Eletronorte. Assis tem pendências com o Leão e é reu em ações na Justiça Federal.

2)Em determinado momento, Roseana Saerney afirmou que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não era uma indicação de Renan Calheiros. Geddel Vieira Lima cortou a fala da senadora e propôs à queima-roupa: “Se não é, então vamos indicar alguém para lá…”. O assunto morreu.

O fundador da americana JetBlue, David Neeleman, que esteve ontem na Anac (ver mais detalhes nas notas postadas ontem às 17h56 e 17h57), disse à agência que, além de investidores que está reunindo para criar sua nova empresa aérea, vai pedir financiamento no BNDES para o projeto.

Está marcada para a próxima semana, a reunião em Belo Horizonte entre Michel Temer e Aécio Neves. Uma conversa que faz parte da coreografia da sucessão. Temer vai abrir, pela enésima vez, as portas do PMDB a Aécio. O governador, por sua vez, não dirá sim. E muito menos dirá um “não” peremptório.

A reunião Conselho da Petrobras que, entre outras decisões, dará o o.k. para Jorge Zelada virar o novo diretor internacional da estatal foi transferida de amanhã para segunda-feira. Nada muda no planeta por causa desse adiamento – exceto a agonia da bancada federal do PMDB que espera para assumir a diretoria há mais de um ano…

Logo mais, o ABN Real divulga o seu último balanço anual – último não por ser o de 2007, mas porque o banco vai acabar, integrando-se no segundo semestre ao Santander. O mercado está de olho para ver o desempenho do banco comandado por Fábio Barbosa, que anteontem foi oficialmente confirmado como o futuro presidente do Santander. É um caso raro de executivo de uma empresa que foi vendida virar o número 1 da compradora.

(Atualização: o resultado do Real acabou sendo melhor que o do Santander. O banco holandês obteve um retorno sobre o patrimônio líquido de 27%, contra 21% alcançados pelos espanhóis)

A propósito do futuro Santander, Fábio Barbosa já falou internamente que procurará um novo local para instalar a sede do banco. Mas essa é uma questão para ser resolvida em 2009.

A americana Qualcomm comprou um pedaço da brasileira Tec Toy, uma das líderes do mercado de videogames no país.

É para valer a idéia do fundador da americana JetBlue, David Neeleman, de instalar no Brasil uma companhia aérea para dividir os céus com a TAM e a Gol. Neeleman desembarcou hoje de manhã em Brasília e acabou de reunir-se com a diretora-geral da Anac, Solange Paiva Vieira. O americano-brasileiro adiantou seus planos numa conversa de uma hora na sede da Anac.

Seu plano de vôo consiste em criar uma companhia de baixo custo e tarifas baixas. Sua operação brasileira começaria a voar para valer em 2009, com aviões da Embraer. Ele já encomendou 74 jatos da empresa brasileira. Segundo informou ao governo, prevê investir 250 milhões de dólares para implantar sua empresa de aviação no Brasil.

Filho de americanos, mas nascido no Brasil há 48 anos, ele tem dupla nacionalidade. Isto lhe permitirá ser dono de uma companhia aérea – por lei, só brasileiros tem esse direito.

Em princípio, Neeleman não usará o nome JetBlue no Brasil.

O MST promete parar novamente a estrada de Ferro de Carajás, da Vale, numa repetição do movimento realizado durante quatro dias em novembro passado. A diferença agora é que os sem-terra estão aliados aos garimpeiros locais. MST e garimpeiros invadirão a estrada de ferro no dia 15 de março. A pauta de reivindicações é extensa: começa em tomar uma parte dos royalties da mineração para fins de reforma agrária e chega até a uma quantia (supostos 300 milhões de reais) que seriam dos garimpeiros e que estaria retida na Caixa Econômica Federal. A Vale vai pedir garantia para o funcionamento da ferrovia na Justiça.

Começou a retaliação argentina: a decisão do Brasil de não repassar o gás boliviano, confirmada na reunião tripartite de sábado entre Lula, Cristina Kirchner e Evo Morales, não passou em branco (mais detalhes nas notas postadas anteontem às 17h29, 17h48 e 17h49). O governo argentino multou a Petrobras ontem no fim do dia – embora, nem a estatal brasileira e nem o governo argentino tenham alardeado o fato. Não se tem ainda detalhes das multas aplicadas. Na Argentina, a Petrobras possui refinarias, fábricas de lubrificantes, usinas de gás natural e uma rede de postos quase 800 postos.

Também ontem, Cristina Kirchner falou publicamente do seu descontentamento com a Petrobras. E citou especificamente uma afirmação de José Sérgio Gabrielli dita ainda no sábado sobre o pedido  de gás que ela fez ao presidente Lula. Eis a frase que ficou entalada na garganta dos argentinos: “O Brasil não cederá nenhuma molécula de gás à Argentina”. Aliás, um diplomata brasileiro que conhece os bastidores do governo argentino, avalia que “Lula ainda sentirá muitas saudade de Néstor Kirchner, por mais incrível que pareça…”

Décio Odonne, presidente da Petrobras na Argentina, está neste momento reunido com o governo local para tentar solucionar esta pendência – e outras que prometem tirar o sono da Petrobras. Um possível novo pesadelo é o racionamento do fornecimento de gás (justamente o gás!) que faz rodar suas operações no país.

O Tribunal de Contas da União (TCU) acaba de julgar hoje o processo em que o ex-presidente da Eletronorte José Antonio Muniz recorre da decisão de ter que devolver 3 000 reais à estatal. Se Muniz livrar-se do problema, será nomeado amanhã mesmo presidente da Eletrobras.

Os vôos da Ocean Air ainda se atrasam mais se comparados aos da Gol e da TAM. Mas a empresa deu uma melhorada no seu índice de pontualidade. Até o mês passado, uma a cada três decolagens atrasava (nunca é demais repetir que atrasado para a Anac é aquele vôo que sai mais de uma hora depois do horário marcado no bilhete). O atraso agora tem sido em média de 15% dos vôos totais. Ontem, foi de 3,4% – a mesma média do dia em toda a aviação. A Ocean air cancelou 8% de seus vôos ontem. Menos do que os 10% da Varig.

Desenha-se uma nova disputa política por uma – adivinhe – diretoria da Petrobras. Um posto, aliás, que ainda nem foi criado. Trata-se da diretoria de Biocombustíveis, que pode surgir já na reunião do Conselho de Administração desta sexta-feira ou, no máximo, ficar para o encontro do mês que vem.

Renan Calheiros engordou dez quilos desde que foi apeado da presidência do Senado.

Sem alarde, a Volkswagen apresentou ontem ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça sua defesa no caso sobre o que é apontado como um defeito em uma peça do porta-mala do Fox. O defeito teria sido a causa da mutilação dos dedos de oito pessoas. Há duas semanas, foi aberta uma investigação sobre o caso. A previsão é de que o DPDC leve 30 dias para bater o martelo sobre se há culpa da VW. Se a conclusão for de que houve negligência da montadora, ela poderá pagar uma multa de até 3 milhões de reais.

Aviso aos viajantes: vai cair a tarifa das passagens aéreas internacionais. A Anac anuncia logo mais que vai liberar a partir de sábado o preço dos bilhetes para a América do Sul.

Quando se fala em “liberar tarifas” o desconfiado passageiro pode pensar em valores mais altos. Mas é justamente o contrário que acontecerá. Explica-se: hoje, o desconto máximo permitido às companhias aéreas para descontos é de 30%. A partir de sábado, esse piso cairá para 50%, em vôos para a doze países da América do Sul. Pela previsão da Anac, esse percentual cairá para 100% até o fim do ano – inicialmente apenas para a América Latina. Está em estudos que tal desconto possa ser estendido ainda este ano para o resto do mundo. Se isso não for feito em 2008, ocorrerá em 2009.

Esta liberação já vem tarde. Nos EUA e em vários países da Europa, Ásia e América do Sul já é uma realidade. E um exemplo disso é que uma passagem Buenos Aires/São Paulo fica muito mais em conta do que uma São Paulo/Buenos Aires. Aqui, por causa de regulamentações ainda do velho DAC (que antecedeu a Anac) e que não haviam sido mexidos até agora, o brasileiro passou esse tempo todo pagando mais do que deveria pelos seus bilhetes aéreos.

Hoje, o que está emperrando o fechamento do negócio entre a Oi e a Brasil Telecom é a pendência entre o Citibank e o Opportunity, na Justiça de Nova York. O banco americano não quer (e tudo leva a crer que não irá) retirar a ação contra Daniel Dantas. Seus advogados têm a certeza da vitória – e está se falando de uma causa de 300 milhões de dólares. A compra da Brasil Telecom, no entanto, não deixará de ser feita por isso. A propósito, a briga judicial entre os fundos de pensão e o Opportunity, esta sim, cessará quando o negócio entre Oi r BrT for selado.

O grupo francês LHMV, o maior conglomerado de empresas alto luxo do mundo, contratou o Morgan Stanley para farejar oportunidades de negócios. Em resumo, quer comprar. Até aí, beleza. A novidade que é entre os países que estão sendo prospectados está o Brasil.

Marco Aurélio Garcia foi um dos derrotados da reunião tripartite de sábado, entre Lula, Cristina Kirchner e Evo Morales. Garcia tentou convencer Lula a ceder à Argentina 1 milhão de metros cúbicos do gás natural que a Bolívia nos fornece.

Lula, entretanto, ficou ao lado do que pregavam os técnicos do Ministério das Minas e Energia (MME) e disse não ao pedido de Cristina. Se o Brasil abrisse mão do gás boliviano, a indústria paulista poderia sentir o golpe, segundo o MME.

Na Petrobras, há a expectativa de que o “não” de Lula possa ter como conseqüência uma retaliação à atuação da estatal na Argentina. Qual? Não se sabe ainda.

Na quarta-feira passada, Ciro Gomes, o seu irmão Cid e sua ex-mulher, a senadora Patrícia; e Tasso Jereissati reuniram-se em Brasília para tratar da sucessão à prefeitura de Fortaleza.

A venda dos ativos da Esso no Brasil, Argentina e Chile terá uma decisão importante a ser tomada nos próximos dias. O que está na mesa de discussão é se o negócio será fatiado – ou seja, se, ao contrário do inicialmente estipulado, a Esso dividirá a transação em duas partes.

A razão da discussão tem nome e sobrenome: grupo Ultra, que fez oferta apenas pelos ativos da Esso no Brasil, onde a empresa americana possui 1 800 postos, entre próprios e franqueados.

Se a Esso avaliar que poderá arrecadar mais, fará as mudanças no inicialmente estabelecido. Se não o fizer, a favorita para levar os postos da Esso é a GP Investimentos GP, que tem como sócio o Eurnekian, um grupo local. Na Argentina, a Esso é dona de uma refinaria, 87 postos de gasolina próprios e uma rede de 500 postos franqueados. No Chile, são 250 postos.

A Petrobras também fez oferta, mas o governo argentino não vê com bons olhos a expansão da estatal brasileira por lá.

A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, virá ao Brasil em 13 de maio para uma visita oficial de dois dias.

De José Serra, bem-humorado, a um interlocutor que o perguntou sobre a questão dos cartões corporativos paulistas e das notas frias de sua campanha à presidência em 2002, que a imprensa divulgou nas últimas semanas: “Estou sofrendo um ataque especulativo”.