Indiciado pela PF em agosto por dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno da eleição presidencial de 2022 com blitze em rodovias, concentradas em ônibus, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira.
Segundo Eumar Novacki, seu advogado, ele “esclareceu todas as dúvidas” em relação a sua conduta no período eleitoral. “Ao responder a integralidade dos questionamentos, o ex-ministro demonstrou sua disposição em auxiliar na busca da verdade dos fatos”, diz uma nota divulgada há pouco pela defesa.
Após a oitiva, Eumar Novacki informou que pedirá a reconsideração da decisão de indiciamento, que ocorreu antes da conclusão do inquérito policial.
Além de Torres, também foram indiciado pela PF o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques e quatro policiais federais lotados, à época, no Ministério da Justiça e Segurança Pública: Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar.
Investigação
Os investigadores entenderam haver indícios suficientes para imputar a eles o crime de “restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
Em setembro de 2023, Marília Alencar foi convocada a depor na CPMI do 8 de Janeiro, que queria questioná-la sobre suas ações como diretora de Inteligência do ministério comandado por Anderson Torres. Amparada por um habeas corpus, não compareceu.
Ao quebrar seu sigilo bancário, a comissão de inquérito descobriu que Alencar registrou no celular pressões que recebeu de Torres para forjar acusações sobre um elo da campanha de Lula com facções criminosas, em 2022.