Augusto Heleno revelou nesta sexta-feira a vocação autoritária de suas funções no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Diante de uma falsa notícia de que o STF havia enviado à Procuradoria-Geral da República um pedido de apreensão do celular do presidente da República – o que Celso de Mello fez foi seguir o regimento Jurídico e dar voz à PGR sobre pedidos protocolados no tribunal, sem resolução de mérito -, Heleno divulgou um “comunicado à Nação”.
“O pedido de apreensão do celular do presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável”, diz o general.
A nota é indispensável. Poderia ter parado por aí ou nem existido, afinal, não há “pedido de apreensão”. Mas o general avançou. “Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Executivo, uma interferência inadmissível de outro poder na privacidade do presidente da República e na segurança institucional do país”, disse Heleno.
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Clique e AssineAté esse ponto, o choro desnecessário de sempre do general. Mas aí veio o último parágrafo da nota. Já vestido com o pijama de batalha, Heleno nomeou-se no cargo de ameaçador geral da União para escrever o seguinte:
“O GSI alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
A nota do general é mais uma dessas firulas golpistas alimentadas pelo palácio. Vem poucas horas antes de o STF divulgar o vídeo que deixará Bolsonaro e seu governo nu em imagem e som. Daí a necessidade de se criar mais uma crise.