Na última quinta, VEJA revelou, com exclusividade, o relatório da Polícia Federal sobre o conteúdo do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Entre os achados reunidos pelos investigadores estavam um roteiro de golpe de Estado e diálogos golpistas travados por Cid com o coronel Jean Lewand Junior, atualmente lotado no Comando do Exército. O material ainda reunia mensagens golpistas de militares de diferentes regiões do país em grupos de WhatsApp, além de citações a um general, hoje na reserva, e de articulações golpistas feitas pela mulher de Cid, Gabriela.
Diante da crise aberta na caserna, com tantas provas de pensamentos golpistas entre militares da ativa, o Alto Comando do Exército está reunido nesta segunda para analisar os próximos passos da força, segundo uma importante fonte do governo confirmou ao Radar. O encontro já estava marcado, mas ganhou novo sentido após as revelações de VEJA.
As mensagens golpistas de militares no celular de Cid abriram uma crise na caserna, levando o presidente Lula a convocar, na sexta, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante do Exército, Tomás Paiva, ao Alvorada.
Na sexta, o Radar mostrou que o Exército havia decidido cancelar a promoção de Lewand, que assumiria um cargo nos Estados Unidos a partir do próximo ano.
Lewand segue trabalhando normalmente nesta segunda no Escritório de Projetos Estratégicos do Exército, segundo informou ao Radar a própria instituição.
“Quanto à citação de outros militares em conversas de aplicativos, até o presente momento, o referido documento não foi protocolado no Comando do Exército. Somente após ter conhecimento oficial acerca dos fatos citados será possível fazer uma avaliação da situação e a adoção de eventuais medidas administrativas que se façam necessárias. Ressalta-se que o Exército Brasileiro tem pautado sua conduta pela legalidade e transparência e vem contribuindo com as investigações em curso, sempre observando os princípios do contraditório e da ampla defesa”, disse o Exército ao Radar.