O presidente da Argentina, Javier Milei, foi questionado em uma entrevista nesta sexta-feira sobre a declaração de Lula, na última quarta, de que ele deveria lhe pedir desculpas e respondeu que essa é uma discussão pequena, de “criaturas pré-adolescentes”.
O argentino disse ainda que esse é o “mesmo mecanismo” do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, com os quais trocou ofensas nos últimos meses. O entrevistador então lembrou que, no caso do espanhol, houve um insulto prévio por parte de um ministro do governo Sánchez — que sugeriu que ele “usa substâncias” antes de Milei responder citando investigação de corrupção contra a esposa do primeiro-ministro.
“E você acredita que Lula não fez coisas parecidas? Que Petro e Lula não fizeram coisas similares, no caso de Lula se metendo ativamente na nossa campanha eleitoral?”, questionou Milei, acrescentando momentos depois que a “agressiva” campanha do seu adversário nas eleições do ano passado, foi impulsionada pelo Brasil.
Indagado se não pedirá desculpas a Lula, o líder argentino disse que as coisas que disse sobre o brasileiro são corretas.
“Quais são os problemas? Que o chamei de corrupto? E por acaso não foi preso como corrupto? E que o chamei de comunista? E por acaso não é comunista? Desde quando tem que se pedir perdão por se dizer a verdade? Ou estamos tão enfermos de correição política que não se pode dizer nada sobre a esquerda, ainda que seja verdade?”, perguntou o presidente.
O ultradireitista lembrou que Petro e Sánchez também exigiram que ele pedisse desculpas e voltou a falar do período eleitoral.
“Vão me pedir desculpas pela quantidade de mentiras que disseram durante toda a campanha? Os que mentiram exigem que lhes peçam perdão porque disseram a verdade? É preciso se manter acima dessa criancice, sabe por que? Porque os interesses dos argentinos e dos brasileiros são mais importantes do que o ego inflado de algum ‘esquerdistazinho'”, concluiu.