A chefe do turismo do governo de Gabriel Boric no Chile, Verónica Pardo, tem convicção de que o país precisa de um voo direto para o Centro-Oeste brasileiro. Ela acredita que assim pode impulsionar a ida de turistas para o país chileno e está em conversas quatro empresas — Sky, Jetsmart, Gol e Latam.
Hoje, as companhias aéreas operam 22 linhas Brasil-Chile, que saem de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Foz do Iguaçu, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. No Chile, Santiago é o destino de 19 rotas , mas há um voo da Latam do Galeão a Antofagasta, no Atacama, e um da Gol, também do Rio, a Concepción, segunda maior região metropolitana chilena.
Diante da investida dos chilenos, Ronaldo Caiado quis que Goiânia fosse o novo destino no Centro-Oeste brasileiro e usou a força do agronegócio como argumento. O governo do Chile prefere a capital federal, pois seria um “hub” para voos do Norte e do Nordeste.
“Para nós, o Brasil é muito importante, por muitas coisas. Primeiro, o Brasil não é um país, são, ao menos, sete países diferentes. Olhar para o Norte, o Nordeste, não é o mesmo que olhar para o centro, não é o mesmo que olhar para o sul. Agora, a nossa pressão está indo para o Norte”, revela Verónica ao Radar.
A negociação para que os voos cheguem a mais cidades do Chile faz parte da estratégia para impulsionar o turismo no país. O governo chileno quer aproveitar os feriados brasileiros e afirma que, no Chile, é possível visitar paisagens muito diferentes em curto espaço de tempo.
“A diferença da montanha e do mar, com uma diferença de 1 hora e 30 minutos”, argumenta a subsecretária de Turismo.
Ela elenca alguns dos atrativos do país, como o Vale das Estrelas, no deserto do Atacama, onde os hotéis são equipados com equipamentos de observatório astronômico, a Antártica e a Patagônia, parques naturais, rios, lagos de águas termais e montanhas de neve, além de uma costa com mariscos de 4.500 quilômetros — e é claro: o vinho.
“A gastronomia é muito boa, o que é evidente, mas não tem sido mostrado ao mundo. Ao lado do bom vinho, é impossível não ter uma boa mesa”.
Para competir com o câmbio favorável que atrai brasileiros à Argentina, Verónica quer negociar ofertas com as linhas aéreas para liberar o despacho de mais garrafas de vinho. Em julho e agosto, o Brasil já é o país com maior número de visitantes para a temporada de neve. Neste ano, foram 137.600 turistas, entre julho e agosto.