Uma das ofertas públicas de ações (IPO) mais aguardadas do ano pode não sair. É o que sugeriram os bancos que estão assessorando a Havan no processo de abertura de capital. “Para levantar o que ele deseja, talvez no segundo semestre de 2021, se a economia estiver a pleno vapor”, disse um dos analistas que trabalham na operação ao Radar Econômico. A informação foi publicada originalmente pela Bloomberg.
Entre os motivos que levariam ao adiamento estão a queda recente do mercado, mostrando um menor apetite a ativos mais arriscados. As possíveis ações da Havan não seriam exatamente um ativo de risco, mas a avaliação esperada pelo dono da rede, Luciano Hang, dificilmente será alcançada. Ele acredita que a empresa valha até 100 bilhões de reais. Para se ter uma ideia da magnitude desse número, ele representa quase 200 vezes o lucro anualizado da rede no primeiro semestre deste ano. A avaliação colocaria a Havan em patamares próximos da queridinha do mercado Magazine Luiza.
Além disso, outras companhias que estavam chamando a atenção do mercado também desistiram de um IPO neste momento ou estão baixando o valor esperado. A BR Partners e a Compass, da Cosan, por exemplo, cancelaram sua propostas. Nesta segunda-feira, 5, circulou a informação de que a Sequoia Logística, empresa investida pela Warburg Pincus, terá que reduzir a pedida.
Um outro fator é que a empresa possui uma forte geração de caixa e apresentou resiliência durante a crise. Com muito dinheiro no bolso, não há problemas urgentes a serem resolvidos com o dinheiro dos novos acionistas. Como o objetivo de Hang é levantar 10 bilhões de reais para impulsionar o e-commerce da companhia, os bancos indicaram que não será tão fácil de conseguir isso neste momento. A Havan não comentou.
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