A entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Jornal Nacional na noite de quinta-feira, 25, mostrou, na visão do mercado financeiro, um candidato que reforçou inúmeras vezes sua aliança com o vice, Geraldo Alckmin (PSB), como gesto moderado aos eleitores de centro, mas que se embaraçou em temas sensíveis à campanha petista, como corrupção. “Lula reforça a aliança com Alckmin e reitera o plano de investimento de infraestrutura, e se enrola com questões sobre os incontáveis casos e condenações ocorridos em todos os governos petistas, inclusive em seus dois mandatos”, avalia André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
Para outros, o ex-presidente gozou de alto poder de retórica e trouxe aspectos positivos de seus dois primeiros mandatos na economia, mas deixou de apresentar propostas firmes para os próximos quatro anos. “No que toca ao presidente Lula e seu desempenho, avalio como bom para ele. A retórica de Lula é sempre surpreendente, tal quais as estratégias de argumentação e linhas de raciocínio adotadas”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Na economia, Lula trouxe os aspectos positivos de seu governo, fazendo questão de apartar Dilma de seu raio de ação. Também fez questão de antagonizar com o desempenho de Bolsonaro e a relação do mesmo com o Congresso, mas não trouxe propostas, apenas repetiu que sabe fazer como demonstrou em seus oito anos de governo”, conclui. Nesta sexta-feira, 26, será a vez de Simone Tebet (MDB) conceder entrevista ao telejornal.