O Partido Liberal (PL) contratou uma auditoria e solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a anulação de todos os votos computados no segundo turno em urnas eletrônicas que foram fabricadas antes de 2020. A alegação é de que existem “evidências contundentes de mau funcionamento dos equipamentos”. Curiosamente, o pedido não se refere à anulação dos votos computados nessas urnas no primeiro turno das eleições, em que o PL formou a maior bancada de deputados federais do país e elegeu oito senadores. De qualquer forma, o recado de algumas alas do mercado financeiro é de que o pedido não deve provocar quaisquer alterações nos resultados das eleições, e serve apenas como jogada política para agradar a base de apoiadores do candidato derrotado Jair Bolsonaro. “Avalio ser difícil que haja implicações para o resultado das eleições, vide que há verificação entre o relatório da máquina e os números totais através dos boletins. É pouco provável que o PL amplie o pedido para o primeiro turno visto que poderia perder parlamentares, além de tornar a apuração muito mais complexa”, avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Politicamente, o pedido do PL busca arregimentar as bases que se manifestam em frente aos quartéis militares”, conclui.
Nos mercados, as bolsas europeias e asiáticas, assim como os futuros americanos, negociam em leves altas na manhã desta quarta-feira, 23. A expectativa é grande pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e pelas pistas da entidade a respeito da postura do banco para os próximos encontros.