Durante algum tempo, o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) foi taxado de forma pejorativa como o ministro “fura-teto” do governo de Jair Bolsonaro. Marinho era ministro do Desenvolvimento Regional e travava embates com o então ministro da Economia, Paulo Guedes, por mais espaço dentro do Orçamento para promover obras de infraestrutura para as regiões Nordeste e Norte do país. Para isso, defendia que o governo revisasse a âncora fiscal. Agora, Marinho vê com desconfiança a boa vontade excessiva do Congresso com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerca do tema e pede compromisso com a “responsabilidade fiscal”.
“Eu nunca defendi que o teto de gastos fosse simplesmente suprimido. Eu acredito muito na necessidade da responsabilidade fiscal do país. Ele [Lula] precisa honrar com os seus compromissos, precisa ter uma trajetória de dívida descendente de tal forma que a capacidade de investimento seja restaurada pela proficiência e pela capacidade que o governo tem para fazer as mudanças necessárias para melhorar a produtividade e a qualidade do gasto público”, afirma Marinho, que é candidato à presidência do Senado. “Eu não defendo a irresponsabilidade fiscal nem a ruptura pura e simples dos mecanismos e das amarras que foram implementadas ao longo dos últimos anos. Elas fizeram com que fosse possível inverter a curva da divida pública, o que impacta diretamente nos juros futuros e no custo do dinheiro para quem vai investir, empreender e gerar renda e emprego no nosso país.”
Ele pede contrapartidas para que o governo não promova danos à economia do país. “Você simplesmente aumentar o gasto do governo sem que haja a contrapartida e novas receitas ou ainda a economia necessária para a diminuição do tamanho do Estado significa desequilíbrio a médio e longo prazo”, reitera. “Eu acredito que é importante que nós nos debrucemos sobre esse tema com muita responsabilidade. O país pertence a todos nós e de forma episódica está sendo governado pelo Partido dos Trabalhadores. Mas eu acredito tanto na alternância democrática que daqui a quatro anos nós estaremos prontos para apresentarmos uma proposta diferente.”
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