O governo deve anunciar nesta semana um programa para que o consumidor residencial racione energia e vai dar um prêmio em troca, ou seja, um corte na tarifa. O problema será descobrir onde é possível cortar, especialmente para as milhões de famílias que não possuem ar condicionado ou aquecedor elétrico. O especialista no assunto e ex-diretor da Enel, Sidney Simonaggio, lembra que, em 2001, o sucesso do racionamento foi possível por várias mudanças simples no consumo que foram eficientes, mas que hoje não são mais opções disponíveis.
Em 2001, dava para trocar lâmpadas incandescentes por lâmpadas compactas, por exemplo, que de largada dava um grande impacto no consumo. De lá para cá, a geladeira do brasileiro está mais eficiente e consumindo menos energia, o chuveiro elétrico foi trocado pelo chuveiro a gás, a própria lâmpada evoluiu e agora consome ainda menos energia. “Há 20 anos a ineficiência era grande. Mas já trocamos tudo. Em um novo racionamento vamos tirar de onde?”, pergunta Simonaggio. Apagar um ponto de luz, como sugeriu Bolsonaro, não faz nem cócegas.