A Superintendência de Seguros Privados (Susep) mudou a forma como os seguros de grandes riscos serão feitos daqui para frente e vai chacoalhar o mercado. Algumas seguradoras ganhavam dinheiro vendendo apólices já prontas da Susep e só repassando o risco a resseguradoras, funcionando quase como meras corretoras. Agora, todas as seguradoras terão que se adaptar às novas normas, que abriram o caminho para seguros sob medida para apólices acima de 15 milhões de reais, o que significa que os produtos vão mudar drasticamente. O advogado especialista no assunto, Fábio Torres, do escritório F.Torres Advogados, dá um exemplo desta mudança. Antes, pequenas centrais hidrelétricas tinham apólices quase idênticas a grandes usinas hidrelétricas já que se usavam os modelos prontos na Susep. Com as novas regras, empresas e seguradoras poderão fazer contratos estabelecendo cláusulas diferenciadas que se adequem a cada situação. “Se a empresa do setor de óleo e gás, por exemplo, quiser um seguro que inclua cobertura de ferrugem, agora poderá fazer isso”, diz Torres. Pelas regras, seguros de grandes riscos são aqueles com valores acima de 15 milhões de reais em que as empresas faturem pelo menos 57 milhões de reais por ano e tenham ativos de 27 milhões de reais. Isto significa que seguros de obras, óleo e gás, plantações, patrimônio, mineração, siderurgia, responsabilidade civil, entre tantos outros, estão contemplados nas novas regras.