A briga entre as empresas contratadas em licitação para fazer limpeza urbana e a prefeitura de João Pessoa, em plena pandemia, segue acirrada. O prefeito Cícero Lucena (PP) encerrou unilateralmente os contratos com a BetaAmbiental, Limpmax e Limpebras. Na sexta-feira, a prefeitura fez uma contratação emergencial de duas empresas: a Libano, da baixada fluminense, e a SP Soluções Ambientais. Ou seja, sem licitação. Vai pagar às empresas 37 milhões de reais em seis meses para o recolhimento do lixo da cidade.
No mesmo dia, o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba havia ordenado que os contratos que tinham sido rescindidos voltassem a valer. O superintendente da autarquia de limpeza do município (Emlur), Ricardo Veloso, diz que a prefeitura foi notificada ontem e já entrou com as explicações ao Tribunal. Ele diz que as empresas não cumpriram pontos do edital de licitação e tinham sido notificadas nos últimos dias da gestão anterior. Além disso, o superintendente diz que o contrato emergencial será uma economia para os cofres públicos já que pelos contratos com as empresas que venceram a licitação haveria um reajuste neste ano de 26%.
Uma das empresas contratadas sem licitação tem atuação questionada no Rio de Janeiro. Uma das sócias é Monica Lima Barbosa – que seria esposa do empresário Fernando Trabach, conhecido como “Fantasma” – e Jaks Trabach Gomes, que foram alvos de operações policiais e do Ministério Público do Rio de Janeiro por corrupção e lavagem de dinheiro. Sobre as investigações dos sócios da Libano, Veloso da Emlur diz : “não tenho como conhecer a vida de todos os empresários do país. As empresas com contratos rescindidos também são investigadas”.