O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não deve conseguir mexer no lucro do Banco do Brasil em 2023, seu primeiro ano de governo. A avaliação é do Itaú BBA. Independentemente das mudanças que o novo governo fizer nas políticas do banco público, os efeitos de tais alterações só devem ser sentidos nos números do BB em 2024. “Estamos confortáveis projetando um crescimento de 13% nos lucros do Banco do Brasil em 2023. Levaria algum tempo até que qualquer mudança de direção tivesse um impacto visível nos lucros. O risco negativo é a materialização dos temores da política de crédito, atingindo seus múltiplos e projeções de lucros para 2024 em diante”, escrevem os analistas do Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
Os resultados trimestrais do Banco do Brasil surpreenderam positivamente o mercado financeiro. O banco lucrou 8,36 bilhões de reais no terceiro trimestre, número acima dos 7,3 bilhões de reais projetados pelo consenso Refinitiv e que representa um aumento de 62% frente ao mesmo período de 2021. Apesar do aumento da inadimplência e das provisões, o índice de inadimplência permanece em níveis baixos (2,8%) e o índice de cobertura permanece saudável. A carteira de empréstimos mais conservadora do banco com um mix maior em crédito consignado e rural evitou grandes surpresas. “O BB reportou de longe o melhor conjunto de resultados dentro de nossa grande cobertura bancária nesta temporada”, afirma o Itáu BBA. Os papéis do banco, contudo, fecharam em queda de 2% na quinta-feira, 10, pressionados pelo discurso do presidente eleito Lula.