A Argentina confirmou nove casos de gripe aviária altamente patogênica do vírus H5N1 em aves silvestres e de quintal. O Uruguai também notificou seus primeiros casos da doença. A divulgação eleva substancialmente o risco de introdução da doença no Brasil dada a proximidade dos territórios com a fronteira brasileira, cerca de 160 km. A região Sul responde por cerca de 60% dos abates brasileiros de aves de corte. A ocorrência de gripe aviária não justifica restrições ao comércio internacional, mas alguns analistas recomendam que os frigoríficos brasileiros tratem o tema com clareza e não subnotifiquem eventuais casos que venham a ocorrer no país. “Para as empresas exportadoras e seus representantes, é crucial antecipar o diálogo com seus clientes externos e buscar compreender quais podem ser as reações na hipótese da doença atingir os sistemas de produção comercial”, escrevem os analistas do Itaú BBA em material enviado a clientes.
Além da gripe aviária, o ministério da Agricultura confirmou um caso de “vaca louca” em um animal de 7 anos que estava em uma fazenda em Macapá, no Pará. A doença degenerativa afeta o sistema nervoso de animais bovinos, provocando demência, e pode levar à morte. O ministério da Agricultura anunciou a suspensão das exportações de carne bovina para a China em razão do incidente. A medida faz parte de um protocolo selado entre os países para esse tipo de situação, e deve ser mantida até análise do caso pela Organização Mundial de Saúde Animal. A combinação de fatores provoca uma tempestade nas ações de alguns frigoríficos listados em bolsa. A Minerva e a BRF são as empresas que mais sentem os efeitos, e amargaram duras quedas de 7,47% e 6,71%, respectivamente, na última quarta-feira, 22.
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