Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo de Michel Temer, Paulo Rabello de Castro afirma que o banco e o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva precisam definir as prioridades em relação aos investimentos prioritários da instituição, que será comandada pelo economista Aloizio Mercadante. “Quando o banco seleciona que projetos financiar, escolhe por capacidade e retorno dos investimentos. O BNDES não escolhe coitadinhos, porque senão seria um hospital de empresas. Seleciona os melhores. O problema é que esse futuro governo ainda não sinalizou quais serão essas políticas prioritárias. O Brasil continua sem pauta”, afirma em entrevista ao Radar Econômico.
“O que se esperava é que sonharíamos com a capacidade, que ainda não foi demonstrada, de remover as fortes distorções da economia, respeitar e alterar leis que atrapalham o crescimento, e instituir a disciplina dos bons investimentos”, diz. “Não estamos vendo esse aceno. Não se trata do currículo do Mercadante, um economista bem formado, conhece o país. Não é falta de capacidade, mas onde o BNDES vai se inserir”, pondera ele. “O BNDES sempre emprestou mediante políticas engendradas pelo governo, não para campeões, mas para fomentar áreas de interesse prioritário de uma agenda de governo. Vai variando ao longo das visões de governos e das necessidades do país. Mas o novo governo ainda não sinalizou que áreas serão essas”, diz.
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