O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (Republicanos), foi acusado de utilizar uma aeronave do estado voltada ao transporte de pacientes para agendas políticas e pessoais. Uma investigação do deputado estadual Bruno Souza (Novo) aponta que o avião Arcanjo-06 foi utilizado em, pelo menos, 28 ocasiões a pedido da Casa Civil de Santa Catarina, ante apenas dez missões a interesse da Secretaria de Saúde. A denúncia foi apresentada ao Ministério Público Estadual.
Em entrevista ao Radar Econômico, Souza afirma que uma criança chegou a falecer pela indisponibilidade da aeronave. “Descobrimos que o avião foi usado para fazer turismo. Cada vez que o governador entra no avião, essa viagem é paga com o dinheiro da Saúde, colocando a vida da população em risco”, afirma. De acordo com ele, dois recém-nascidos precisaram da aeronave quando ele não estava disponível. Uma das crianças faleceu.
De acordo com a denúncia, o avião “está sendo usado preponderantemente para objetivos alheios àqueles previstos na justificativa da contratação, o que representa grave violação à finalidade do contrato e à ordem jurídica que tutela às contratações públicas”. De acordo com o edital de licitação, a locação da aeronave se destina a “execução de transporte aeromédico, operações de busca, resgate, salvamento, transportes de órgãos vitais, ações de Defesa Civil.