ESG virou a sigla do momento e todas as empresas começaram a se comprometer com metas de redução de carbono, de igualdade de gênero e racial, de comprometimento com direitos humanos. As promessas são tantas que entre 2040 e 2050, anos normalmente apontados como meta, o mundo será completamente outro se todo mundo cumprir fizer sua parte. Mas apesar da mudança geral, os fundos de investimentos brasileiros ainda estão muito atrasados para analisar o ESG das empresas. Normalmente são os fundos estrangeiros que estão mais bem preparados, com algumas boas e raras exceções de casas de investimentos brasileiras. Um dos exemplos dos estrangeiros veio dos nórdicos que fizeram uma lista de empresas brasileiras em que não investiam por conta do desmatamento.
O presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Fábio Coelho, diz que no Brasil ainda tem uma curva de aprendizado muito grande a ser perseguida pelos fundos de investimentos, mas que a demanda dos associados tem sido crescente sobre o tema, a ponto de a própria Amec ser hoje uma associação que para além da governança passou também a se debruçar sobre a sustentabilidade das empresas. A Amec representa hoje fundos mais ativos, que influenciam nas empresas.
Mas outro ponto que deixa os fundos para trás é que a maioria ainda é passivo, ou seja, apenas replica os índices das bolsas de valores. Esse tipo de carteira torna o ESG no mundo todo mais lento porque impede o gestor de se “desconectar” do índice, diminuindo o espaço de manobra, segundo Ed Morata, sócio da consultoria em sustentabilidade e ESG Forfuturing. E Morata ressalta que as próprias empresas ainda não estão preparadas para fazer ESG em casa e permitir que uma consultoria mostre os pontos que precisam mudar radicalmente. Ou seja, ainda falta muito para 2050.
O que é ESG, a sigla que sacudiu os mercados
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