A Dotz, empresa de fidelidade e produtos financeiros, registrou o primeiro lucro líquido desde que abriu seu capital, em maio de 2021. O lucro líquido foi de 249 mil reais no terceiro trimestre de 2024, enquanto o Ebitda ficou em 6,3 milhões de reais. Os resultados consolidam a estratégia na qual a Dotz tem trabalhado desde sua abertura de capital (IPO), que consiste em diversificar seu serviço para além de programas de fidelidade. “Percebemos que tínhamos muitos dados de compras de clientes e começamos a entender isso como um ativo que poderia nos ajudar a crescer e a aumentar o poder de compra das pessoas”, diz Otávio Araújo, CEO da Dotz, ao Radar Econômico. A empresa agora oferece produtos financeiros personalizados — algo alimentado pelos dados provenientes da área de fidelidade. Esse segmento representava 6% do faturamento em 2020, percentual que saltou para 36% neste ano e, segundo Araújo, deve chegar a ao menos 50% nos próximos anos. Ao decidir monetizar os dados de seus clientes, a Dotz teve de lidar com um dilema: vendê-los para terceiros ou mantê-los dentro da empresa para uso próprio. “Se a gente vendesse o dado, estaríamos vendendo parte do diferencial competitivo da empresa”, diz o CEO ao argumentar pela decisão tomada.