Após ter 70% de seu negócio vendido para a 777 Partners, holding americana, o Vasco da Gama dispõe de novas ferramentas para tocar suas atividades. A transação teve conclusão neste mês. Foi acordado que a 777 se tornaria responsável pela dívida do clube, de cerca de 700 milhões de reais, e investiria mais 700 milhões em um prazo de três anos. Desse montante, 190 milhões já foram alocados. Em entrevista ao Radar Econômico, Luiz Mello, CEO do Vasco, contou sobre as transformações pelas quais o clube tem passado, em reflexo do atual cenário do futebol brasileiro.
“Antes da Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), os clubes não estavam preparados para aplicar investimentos corretamente. Hoje, procuram ter balanços e processos de governança melhores. Não adianta apenas mostrar que é bom, com títulos e torcida engajada, é preciso profissionalismo. Quando fui presidente da Profut, programa para melhorar a gestão do futebol, pedia o orçamento dos clubes. Teve um ano que cinco clubes me disseram que iam ser campeões brasileiros, porque isso rendia 20 milhões de reais na época. Mas e se você não ganhar esses 20 milhões? Qual seu plano ‘B’? Então hoje cada vez mais os orçamentos são geridos de maneira mais adequada”, relata o executivo.
A respeito do acordo com a 777 Partners, Mello explica o impacto para o clube, que ainda teria muito a aprimorar. “Esse investimento retrata uma possibilidade que não existia antes, um dinheiro novo que está circulando no futebol brasileiro. Com a 777, criamos uma série de cláusulas para que o Vasco volte aos seus dias de glória: investimento em equipe, estrutura e futebol feminino, por exemplo. Tenho certeza de que o Vasco é o clube com maior potencial de crescimento de receita do Brasil. Outros já estão muito próximos de seu teto de receitas. A 777 viu esse potencial de fazer do Vasco uma das maiores potências do ramo”, diz.
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