Além da notória draga no ensino ocasionada pela pandemia de Covid-19, especialmente com alunos de baixa renda tendo dificuldade de acesso às aulas, a corrosão do poder de compra das famílias remodelou o perfil dos estudantes. Desde o início da pandemia, há dois anos e meio, 34% da população brasileira teve sua renda reduzida, segundo levantamento do Serasa. Com menos recursos, pais optam inclusive por repensar a educação dos filhos. O efeito é descrito pela rede de escolas Luminova, voltada às classes B e C. A rede cobra cerca de 40% menos em mensalidade que as demais escolas particulares de São Paulo, fato que tem feito alunos migrarem de escolas mais custosas.
No primeiro ano de funcionamento da rede, em 2019, 75% dos alunos na Luminova vinham de escolas públicas. Hoje, o cenário é dividido: de todos os 3.500 estudantes, metade estava no ensino particular, sendo que algumas unidades estão chegando a quase 70% de alunos com origem no setor privado. Para 2023, a expectativa da empresa é que 60% das matrículas sejam de alunos oriundos da rede particular. A rede faturou R$ 22,5 milhões no ano passado e planeja aumentar em 20% a receita este ano.
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